Home Ensaios Hyundai Santa Fe Hybrid (e diesel) em Teste

Hyundai Santa Fe Hybrid (e diesel) em Teste

Hyundai Santa Fe Hybrid (e diesel) em Teste
0
0

“Renovação extensa”

 

O Hyundai Santa Fe não tem muito tempo no nosso mercado, com o seu lançamento por cá a ter acontecido em 2018. Mas, no início deste ano, a Hyundai resolveu fazer já um restyling ao seu maior SUV para a Europa. Mas este está longe de ser um restyling qualquer.

Se por vezes as marcas optam por pequenas diferenças, quase possíveis de ver apenas ao microscópio, no caso do Santa Fe quase parece uma nova geração. Por fora, a dianteira surge claramente redesenhada, com os pontos de destaque a irem para a nova grelha dianteira, novos acabamentos em cromado que servem como contraste, assim como para os grupos óticos bipartidos, unidos por um feixe LED que para além de uma assinatura luminosa forte, são também os indicadores de mudança direção.

Na lateral, podemos ver as novas jantes, de 19 ou 20 polegadas, enquanto na traseira também existem diferenças, com os farolins redesenhados, estando agora ligados – como tem sido moda – enquanto todos os plásticos negros contam agora com a mesma cor da carroçaria.



Passando para o seu interior, o tablier também foi alvo de uma verdadeira mudança. O painel de instrumentos larga o “antigo” analógico e passa a ser totalmente digital, tal como outras propostas da marca. Ao centro, o sistema multimedia vê a sua dimensão crescer das “minúsculas” 7 polegadas para uns 10,25’’, que aumentam muito a sensação tecnológica a bordo do modelo.

Para além disso, a consola central passa agora a ser “flutuante” e inclinada, garantindo maiores espaços de arrumação, graças à introdução do selector “shift-by-wire”, que não sendo tão intuitivo como uma alavanca, cumpre bem a sua função ao reduzir o espaço ocupado. Aqui, é também visível um elevado número de botões, algo que requer alguma habituação inicialmente, mas que é sempre uma melhor solução do que sistema táteis…

O restante habitáculo conta com uma elevada qualidade percetiva, com plásticos mais suaves nas partes superiores, assim como um uso extensivo de revestimento em pele camel que lhe confere o estatuto de topo de gama. Os bancos contam com um bom apoio, assim como uma elevada dose de conforto, podendo ser aquecidos ou arrefecidos.

Atrás, os bancos da segunda fila também podem ser aquecidos e são ajustáveis, tanto longitudinalmente, para dar mais espaço a quem vai na terceira fila, ou em inclinação. A bagageira pode, por isso, variar entre os 782L e 571L na disposição de cinco lugares, ou 130L quando vão sete a bordo…



Antes de passar para a condução, a versão mais equipada Vanguard + Luxury Pack é um verdadeiro tratado de conforto, com muito equipamento de série: não faltam bancos em pele com ajuste elétrico e memória, teto de abrir panorâmico, portão de bagageira elétrico, head-up display, carregamento de smartphone por indução, assim como toda uma panóplia de elementos de segurança ativa e passiva. Opcional? Apenas a pintura metalizada!

Neste teste, a atenção foi para a nova versão Hybrid, grande responsável por este Santa Fe assentar agora numa nova plataforma. Sim, este restyling foi tão extenso, que nem a plataforma é igual.

Assim, temos um conjunto que debita 230cv de potência, graças ao motor 1.6 T-GDi de 180cv, e um motor elétrico de 60cv que reserva a sua energia numa bateria de 1,49kWh. Este sistema conta, tal como o Ioniq Hybrid ou o Kauai, com a transmissão automática de seis relações, que faz o melhor por conseguir uma transição suave entre o motor a gasolina e o elétrico.

Este conjunto, consegue consumos baixos em cidade e extraurbano, com uma boa capacidade de regeneração, sendo possível fazer pouco acima de 5L/100km. Já em autoestrada o valor sobe para torno dos 7,5L/100km, mas, por algumas vezes, este Santa Fe HEV conseguiu circular a 120km/h apenas em modo EV…

Essa suavidade e refinamento do sistema híbrido coaduna muito bem com a própria afinação do Hyundai Santa Fe, que se revela confortável mesmo em mau piso, com boas reações quando o ritmo aumenta (dentro do que é expectável quando se pesa 1855kg, e se tem 4,78m de comprimento).

Então, mas e se quiser outra coisa que não um Híbrido?

A pensar nisso, a Hyundai permanece (e bem) com a proposta diesel para o Hyundai Santa Fe, tendo como “coração” o propulsor 2.2 CRDi, com 202cv e uma transmissão de dupla-embraiagem de oito velocidades, mais duas que o híbrido.

Este diesel é a escolha a tomar para quem percorre bem mais quilómetros em autoestrada mensalmente, com maior facilidade em “fazer consumos”, que batem o Hybrid se compararmos num mesmo tipo de trajeto, onde é mais complicado regenerar ou auxiliar com “kilowatts”.

O peso não é muito diferente, por incrível que pareça: apenas 10kg diferem este diesel do híbrido que conta com um motor e uma bateria “extra”. A condução do Santa Fe diesel é mais “normal”, mas não tão suave, o que também não era esperado.

Quanto a preços, até esses são muito idênticos. O diesel aqui leva muito ligeira vantagem, com o preço da unidade ensaiada a ficar nos 60.450 euros, enquanto o hybrid ascende apenas 300 euros, para os 60.750 euros.

Em resumo, o Hyundai Santa Fe é uma muito boa opção para quem procura um SUV confortável, muito espaço e bem equipado. O Hybrid é o “campeão” quando os caminhos do dia passam muito por vida citadina ou a mais baixas velocidades; já o diesel é “rei e senhor” quando as grandes tiradas em autoestrada são recorrentes.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!