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Honda Civic 1.6 i-DTEC 9AT

Honda Civic 1.6 i-DTEC 9AT
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“Finalmente!”

As caixas automáticas estão a ficar donas de uma cada vez mais larga fatia do mercado, seja pelo cliente começar a pensar nos seus benefícios, seja devido à evolução que estas transmissões têm sofrido, seja em matéria de agradabilidade de condução (mais suaves e rápidas), mas também por já não serem significado de consumos mais altos.

Um bom exemplo disso é este que encontrámos no Honda Civic, um dos automóveis do segmento C que conta com uma das melhores caixas manuais. Sendo assim, será que esta automática de nove velocidades é uma boa aposta?

Para começar, vamos recuar até 2014, ano em que a Honda decidiu que o Accord não iria fazer mais parte do catálogo na Europa. Não compreendi essa decisão, visto que o modelo ainda estava atual e tinha acabado de surgir o motor diesel que este Civic monta, o 1.6 i-DTEC, que depois passou também para a anterior geração do CR-V.

A verdade é que, passado este tempo, o Civic tornou-se num modelo que agora cobre tanto o seu espaço nesta décima geração, mas também o deixado vago pelo Accord, visto que cresceu nas suas dimensões e conta com um equipamento completo, alguns deles de segmento superior, ou seja o Segmento D… onde o Accord se encaixava.

E porquê esta introdução? Porque o “Cliente Accord” era mais executivo, e todos sabemos que esse tipo de cliente gosta de uma boa caixa automática, então o Civic ter uma boa transmissão desse tipo é uma ótima maneira de “calçar os sapatos do pai” e provar que está à altura. Pelo menos no que toca a tomar o lugar do Sedan, já que esta décima geração do Civic, por ser global, não conta com variante Tourer na sua gama.

O seu aspeto é futurista, e não esconde a sua origem nipónica, cheio de vincos bem delineados, superfícies angulosas e entradas de ar generosas. É um automóvel que não pauta pela sobriedade. Pode ganhar pontos aqui, ou perdê-los. Na verdade, tem sido assim desde a sua 8ª geração…

Passando para o interior, relativamente à geração anterior, está bem mais tradicional, com materiais de melhor qualidade e uma montagem que não conta com erros. A ergonomia foi muito tomada em conta, e os comandos estão no local certo, ainda que a Honda insista em colocar alguns comandos táteis que poderiam não o ser, e colocar certos elementos “escondidos”. Mas, ao contrario de alguns dos seus concorrentes, deixa de forma “analógica” os comandos da climatização, o que é um ponto a favor. O sistema multimédia é completo, mas conta com menus por vezes confusos, requerendo habituação.

Confortável, e com uma boa posição de condução, pode assumir várias posições, desde uma mais tradicional, até uma mais confortável com pernas bem esticadas. O espaço é uma das suas grandes vantagens, tanto na dianteira, como nos lugares traseiros, onde consegue ser um dos mais espaçosos do seu segmento. Mesmo que não exista carrinha, o Civic consegue albergar 478l na sua bagageira, o que nos faz esquecer um pouco a ausência dessa variante.

Mas o que importa aqui (porque já ensaiámos o Civic diesel anteriormente) é se esta transmissão está à altura do equilibrado chassis, e deste motor diesel que continua a ser um dos melhores de média/baixa cilindrada.

De forma a relembrar, este bloco 1.6 debita 120cv, com um binário máximo de 300Nm, um valor médio dentro do seu segmento. Em conjunto com esta transmissão, continua a ser linear no seu funcionamento, entregando ao condutor uma dose ideal de potência em qualquer situação. A ‘caixa’ não se destaca como a manual, mas consegue estar bem escalonada, com dois modos de condução disponíveis: D (normal) e S (desportivo) que mudam o temperamento e rapidez das passagens, fazendo com que este último “estique” um pouco mais cada relação, mesmo que cada um deles, possa ser utilizado com as patilhas de seleção atrás do volante, que gerem as 9 velocidades.

Aqui apenas não gostei do seletor, que poderia ser mais tradicional, evitando que tenhamos de estar sempre a olhar para que botão carregar em determinado momento. Cheguei a ativar o travão de mão algumas vezes, quando queria apenas colocar o Honda Civic em posição “Drive”.

Por outro lado, a sua dinâmica não conta com penalizações devido a esta opção, com o chassi a continuar perfeitamente afinado, onde não existem perdas de tração e é muito fácil ganhar confiança, também graças à sua direção direta e com bom peso. Destaque para o sistema da Honda que permite regular a rigidez da suspensão, e que é imediato e perfeitamente notório, o que ajuda quando queremos adotar um andamento mais vivo, num alcatrão em melhor estado.

Quanto ao equipamento, esta versão Executive Premium está muito bem equipada, onde se destaca a sua vasta panóplia de equipamentos de segurança incluídos no HondaSensing, como cruise-control adaptativo, sistema de leitura de sinais de trânsito, assistente ativo de via e assistente de ângulo morto. Quanto a preços, optar por esta transmissão automática implica um investimento extra de sensivelmente 2.000€, que em troca oferecem paz e tranquilidade se circular muito em cidade, não perdendo no que toca ao consumo, que no final ficou em 5,8l/100km, o que acaba por ser um bom valor tendo em conta as dimensões do modelo.

Portanto, agora existe finalmente um Honda Civic Diesel automático. Este automóvel não vai agradar a todos, mas no seu “interior”, leia-se, mecânica, acaba por ser um bom exemplo, sendo eficaz e eficiente, com uma caixa automática que mesmo não sendo referência, não compromete. O seu interior podia ter soluções mais simples e menos confusas, como é o caso do sistema multimédia ou os comandos táteis do controlo do volume. Pequenos pontos, que creio que não afastem um cliente da marca.


Honda Civic 1.6 i-DTEC 9AT Executive Premium

Especificações:
Potência– 120cv às 4000rpm
Binário combinado – 300Nm às 2000rpm
Aceleração do  0-100 (oficial): 11,0s
Velocidade Máxima (oficial): 200km/h
Consumo Combinado Anunciado – 4,1L/100km
Consumo Combinado Medido – 5,8L/100km

Preços:
Honda Civic desde: 23.550€
Versão ensaiada: 35.425€


Clica nas fotos e vê este Civic diesel com caixa automática, em maior detalhe: 

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!