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Teste ao Ford Focus “mil” a gasolina com 155cv

Teste ao Ford Focus “mil” a gasolina com 155cv
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“Dinamismo Ecológico”

 

O Ford Focus é inegavelmente uma das propostas mais dinâmicas do seu segmento, indicado para quem as emoções ao volante são prioritárias, mesmo que se trate de um automóvel mais racional. Para esses, juntámos a versão ST-Line, com uma imagem mais desportiva, com o motor 1.0 EcoBoost de 155cv, Mild-Hybrid.

Esta quarta geração Focus foi lançada em 2018, mantendo-se ainda atual nas suas linhas exteriores, com um aspecto global bem conseguido e que consegue agradar a praticamente todos. Esta cor Azul Desert Island faz bastante por enaltecer os vincos do modelo, principalmente nesta versão vestida com trajes desportivos. Graças ao ST-Line, o Focus recebe para-choques dianteiros e traseiros específicos, um spoiler traseiro mais proeminente, assim como jantes de 18’’ (opcionais) que escondem o sistema de travagem com as maxilas pintadas em vermelho, para um aspeto mais… racing.



Esse tema mais desportivo passa também para o interior deste Ford, com uns bancos que nos abraçam melhor e que juntam a pele e o tecido unidos com um pesponto vermelho, que podemos encontrar em grande parte deste habitáculo, nomeadamente no volante, mais espesso e de boa pega.

Quanto ao tablier, o arranjo é simples e lógico, não impressionando, mas também não tendo hipóteses de desiludir. Ao centro o sistema multimedia SYNC não tem as maiores dimensões do seu segmento, mas contrapõe com um funcionamento bastante intuitivo e rápido, assim como uma boa qualidade de imagem. Abaixo, encontramos o sistema de climatização (que inclui bancos aquecidos) colocado de forma física, o que também ajuda à sua utilização durante a condução.

Mas existe uma diferença no interior do Ford Focus. O painel de instrumentos passou a ser digital, e que pode assumir três temas, graças ao seletor de modos de condução: ECO, Normal ou Desporto.



Antes de passar para a condução, importa referir que o espaço a bordo não desilude neste Focus, mesmo que ele tenha uma “pinta” de desportivo, com a bagageira a aceitar 375L de capacidade. Quem quiser mais, a carrinha é a solução a seguir.

Pois bem, o 1.0 EcoBoost de 155cv já por aqui passou, na altura do ensaio ao Ford Puma. A diferença entre esta variante e a de 125cv reside numa alteração no turbo (que é aqui de maiores dimensões) e que ajuda a garantir a maior potência. ‘Ajuda’, porque é exatamente isso, já que a outra “ajuda” vem do sistema Mild-Hybrid, a grande novidade do Ford Focus “eletrificado”.

Este sistema com 12kW, que guarda a sua energia numa bateria de 48V, ajuda nos arranques quando o turbo ainda não está na sua plenitude, assim como em regimes mais elevados, onde o motor precisa de um “empurrão” extra. Assim, oferece entre 20 a 50Nm ao condutor. Para recarregar, em desaceleração ou travagem, o sistema regenera e está pronto a dar uma ajuda no próximo arranque. Simples.

Se é muito notório? É preciso estar muito atento.

Em termos de performances, existe um incremento face ao 125cv, na aceleração diminui 0,9s dos 0-100km/h, cumprindo em 9,2s neste 155cv, com uma velocidade máxima de 211km/h. Tal como no espaço, o Focus tem a solução ST (o ensaio aqui) para quem quiser realmente andar rápido.

Mas é nas curvas que o Focus sempre impressiona, não importando o motor que utiliza. Isso é garantido por uma reação de chassis soberba e um pisar mais firme, que em mau piso penaliza um pouco o conforto, mas que em situações ideais garante o melhor contacto dos pneumáticos com o piso. A direção conta com um bom peso e resposta, para controlar de forma intuitiva este Focus, que quando provocado exibe uma rotação de traseira saudável, que prova que a diversão não é feita só de desportivos. Boa nota também para o sistema de travagem, que tolera até alguns exageros graças ao excesso de confiança que o chassis permite.

Por outro lado, a transmissão manual não é das mais prazerosas de utilizar, com um tato um pouco artificial, assim como um pedal de embraiagem longo, o que fez demorar a arranjar a posição de condução ideal. Ora estamos demasiado perto dos pedais, mas bem em relação com a manete, ora demasiado longe dos pedais, mas algo distantes do comando da transmissão. Optei por essa última.

Quanto a consumos, tal como falei na travagem, é fácil ganhar entusiasmo ao volante deste Focus. Se assim for, é contar com valores acima dos 7L/100km, mas com uma toada normal é possível garantir médias de 6,5L/100km, um valor honesto para 155cv de potência.

No final, temos mais uma vez um produto que faz as suas partes positivas suplantar as menos boas: se temos uma suspensão algo rija em mau piso, em quase todos os outros momentos temos no Focus uma proposta mais segura e divertida. O motor de 155cv até é uma escolha acertada, tendo em conta que pede pouco mais de 1000€ face ao motor de 125cv. É uma questão de não optar por elementos como o teto panorâmico ou o ajuste elétrico dos bancos, de que esta unidade dispunha, e o preço fica equilibrado.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!