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Ensaio by MotorO2 – Peugeot 208 Active 1.6 BlueHDi

Ensaio by MotorO2 – Peugeot 208 Active 1.6 BlueHDi
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“O racional”

Como é possível perceber pela minha assinatura aqui no MotorO2, a minha paixão neste mundo das quatro rodas são os automóveis mais antigos e tudo o que eles envolvem.

Na minha garagem não existem automóveis posteriores a 1997, não apenas por questões económicas, mas porque foi nos anos 90 que o automóvel moderno amadureceu. Injecção multiponto que proporcionava baixos consumos e emissões, ar condicionado, vidros eléctricos, air bags e bom nível de conforto democratizaram-se nessa década, constituindo aquela que é a base de um automóvel passível de se utilizar no dia-a-dia sem compromissos.

Estou no entanto muito longe de ser purista e dizer que “antigamente é que eram bons”. É inegável a constante evolução em segurança, conforto e economia de utilização. Ainda hoje, mesmo com legislação que cada vez restringe mais a criatividade de engenheiros e designers, se fazem automóveis bonitos, bons e excitantes, como nas décadas passadas.

Foi portanto com bastante curiosidade e interesse que aceitei a oportunidade de ter como companheiro durante uma semana o 208 Active 1.6 BlueHDi de 75cv.

O 208 foi alvo este ano de um discreto restyling, que lhe atribuiu uma nova grelha frontal e para-choques redesenhados, entre faróis e farolins também de novo desenho. Tudo isto trouxe ao pequeno Peugeot formas mais equilibradas e atuais.

No interior, a posição de condução do 208 primeiro estranha-se, depois entranha-se. Ouvi muitas críticas ao quadrante colocado em posição superior, mas sempre achei que teoricamente era uma boa ideia. E na prática confirma-se. Encontrei facilmente uma posição de condução confortável, muito graças ao pequeno volante, conseguindo ver todos os manómetros sem problemas. Os bancos proporcionam um bom apoio e a qualidade de materiais e montagem está a um bom nível.

Ainda no interior, destaque para o muito bem conseguido sistema de infotainment da Peugeot. Completo, mas de grafismo e utilização simples, com ícones grandes que são muito úteis quando vamos em movimento. O emparelhamento Bluetooth é feito em menos de nada e o sistema de navegação rápido de configurar.

Ao volante, o 208 é marcado por uma palavra: refinado. O conforto dos bancos é complementado pelo da suspensão, que não deixa de ser eficaz em curva, conferindo ao 208 um equilíbrio e agilidade notáveis. A direcção ajuda neste campo, sendo directa e precisa. O trabalho efectuado ao nível do conforto acústico está num patamar elevado, oferecendo assim o Peugeot uma experiência de condução tranquila e relaxante, suportada também pela parte mecânica.

O motor BlueHDi tem boa resposta e é bastante linear ao longo do seu regime de rotações, estando acoplado a uma caixa de cinco velocidades, que embora não possua o tacto que a Peugeot nos habituou nas suas caixas mais recentes, também não compromete a experiência. As relações de caixa são longas para ajudar aos consumos, e reduzem também o ruído do propulsor diesel, conferindo um maior conforto.

Consumos esses que se cifraram ao longo de mais de 1000km de ensaio, numa média de 4.1l/100km, sempre a ritmos normais, com alguma cidade à mistura.

Algo diferente do que estou habituado, mas será que chega para me convencer a deixar as relíquias de lado? Talvez não, mas o que é certo é que durante a sua estadia comigo, afeiçoei-me ao pequeno Peugeot. Ao levar-me a todo o lado de forma confortável, económica e divertida, este revelou-se um excelente companheiro para enfrentar o dia-a-dia na estrada. Agora, com o 208 de volta à sua casa, apenas me resta continuar a comprar aditivo de chumbo…

Peugeot 208 Active 1.6 BlueHDi

Especificações:

Potência – 75cv às 3500rpm
Binário – 230Nm às 1750rpm
Consumo Anunciado (Medido) – 3,5l/100km (4,1l/100km)

Extras da versão ensaiada: Pack visibilidade, pintura metalizada e jantes em liga leve.

Preços:
Peugeot 208 Active 1.6 BlueHDi desde: 19.119 €
Preço da versão ensaiada: 20.365€

Texto e Fotos por: Alexandre Figueiredo

Alexandre Figueiredo Apaixonado por tudo o que tem quatro rodas e um motor desde tenra idade, aprecia qualquer género de automóvel, no entanto é junto de mecânicas clássicas, automobilia e peças gordurosas que se sente em casa. Prova disso é usar diariamente um automóvel de 1986... Responsável nesta nova geração MotorO2 pela secção "Carburadores", apoio logístico e reportagem.