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Por dentro do Clube MX-5 Portugal

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“Passeio a Arouca”

Fomos mais uma vez a convite da Mazda a um evento de um dos seus clubes de fãs, este que é sem dúvida o maior e mais famoso, o Clube MX-5 Portugal, que junta centenas de participantes em cada evento, sempre com um alto nível de boa disposição e uma grande partilha de conhecimentos. Desta vez, o destino foi a cidade de Arouca, com um trajecto apetecível que passava locais de enorme beleza, incluindo as Serras da Freira e de São Macário, com o ponto de partida a ter lugar nas termas de São Pedro do Sul.

Mas antes disso, temos de explicar como tudo começou. Lisboa, sexta-feira, 17h, depois de uma semana de trabalho, e já com a bagagem cheia com as malas para este fim‑de‑semana fora, no carro que a marca me reservou para esta missão, um Mazda MX-5 na sua nova versão RF, e o motor mais vendido, o 1.5 SkyActiv-G com 131 de potência. A sua pintura não era a espectacular totalidade encarnada da marca (Soul Red), mas sim um branco, que estranhamente assenta muito bem nas linhas deste roadster com veia de coupé…

Na memória ia um pouco da viagem CXperience feita há apenas uns meses, mas igualmente ia na cabeça que isto seria bastante diferente, já que este clube existe há mais tempo, e saberíamos desde já que ia ser uma caravana bem maior que a que seguiu à partida desse evento anterior. Nesta viagem, estiveram presentes 54 MX-5, de todas as gerações, desde os inícios da década de 90, até ao meu RF, com apenas uns meses e ainda com poucas histórias para contar.

Sem mais demoras, seguimos caminho. A meteorologia não estava muito risonha, o que se tornava cada vez mais evidente quando a bússola do GPS apontava para Norte, exatamente para onde nos deslocávamos. Por outro lado, o iPhone estava confiante e insistia em dizer que ia estar bom tempo, apenas com algumas nuvens, nada mais. Em quem vou acreditar? Não me preocupei muito, aberto ou fechado, vale a pena a viagem de Mazda MX-5, que nos transporta com um agradável conforto, já que embora tenha estado em ensaio várias vezes, nunca passou tanto tempo de seguida pela Auto-Estrada.

Cerca de quatro horas e meia depois da partida, chegámos a São Pedro, depois de uma paragem obrigatória em Coimbra para abastecer o nosso estômago, que já fazia mais barulho que o 1.5 escondido debaixo do longo capot. A temperatura está amena (talvez a meteorologia do iPhone tivesse razão), e estacionamos o nosso automóvel num local onde amanhã, logo ao amanhecer, estará cheio de máquinas, com proprietários apaixonados por este roadster Japonês…

O despertador toca cedo, são 7h30 da manhã. Com tudo preparado, descemos para o hall e já encontramos um autêntico frenesim. Várias pessoas, de todas as idades e vários pontos do país, encontram-se como velhos amigos, como uma família, no meio dos cumprimentos, tudo para atentar ao briefing montado pela organização de forma a explicar o “nosso” passeio: são mais de 100km, entre serras, com algumas paragens a meio para admirar paisagens inéditas. Contudo, é nos pedido para andar sempre com cuidado e somos desde logo informados que vamos andar com uma velocidade mais moderada devido à enorme caravana que nos acompanha. Com isso na cabeça, roadbook na mão, é altura de arrancar novamente, agora, com mais amigos!

Primeira paragem? O Geopark de Arouca, área que é classificada como um dos paraísos naturais “Rede Natura 2000”. Aqui pudemos conhecer um conjunto invulgar e enigmático conjunto rochoso, as Pedras Pardieiros, em que do miradouro já era possível ver a próxima paragem: a Frecha da Mizarela.

Uma casacata que se localiza no rochedo de granito da Serra da Freita. Esta bonita obra da natureza é alimentada pelas águas do Rio Caima e apresenta uma queda de 75m, uma das mais altas da Europa, se excluirmos os Alpes e Escandinávia. Aqui, é também possível apreciar a pureza de um local ainda com poucos edifícios, numa verdadeira atmosfera campestre, onde encontramos a natureza num estado puro.

Depois desta beleza, que passámos alguns minutos a admirar, seguiu-se uma boa dose de curvas, antes de apreciar uma boa dose de bifes em Alvarenga, local onde aproveitámos para trocar alguns dedos de conversa com outros proprietários e entender o amor por estes automóveis, algo que não é regularmente visto, excepto em máquinas com valores de aquisição 10 vezes superior…

Depois de tanto subir serras, chegou a altura de as atravessar e descer, num percurso onde passámos pelos Passadiços do Paiva, um dos responsáveis pelo fim da vida sedentária de muitos dos Portugueses, aliando a boa prática de desporto, com as vistas brutais da região. Daqui, dirigimo-nos já para o destino final, o Mosteiro de Arouca, onde se situa uma das maiores colecções de Arte Sacra da Europa e a maior do País. Este museu, com obras datadas entre os séculos XII e XVIII ,está instalado numa estrutura de Idade Média, sendo um Monumento Nacional.

Depois de uma visita cuidada e bastante interessante, estava tudo com a cabeça nas novidades que a organização tinha para divulgar no final do evento. Juntamente com alguns doces conventuais da região, foi apresentada uma das próximas aventuras do Clube MX-5 que vai acontecer depois da visita ao Salão AutoClássico, no dia 7 de Outubro. Essa novidade é a viagem que os guiará pelos Picos da Europa, bem como à formação montanhosa da Cordilheira Cantábrica, a norte do país vizinho, em data a definir. Espera-se uma grande adesão por parte dos habituais inscritos, bem como outros novos, que normalmente se juntam a esta grande família! Já sabe, se se quiser inscrever basta aceder ao portal www.clubmx-5.com ou à página de Facebook. Esclarecimentos adicionais poderão ser obtidos pelo telefone 218 258 625.

Agora, resta-nos agradecer à Mazda Motor Portugal pelo convite, ao mesmo tempo que aproveitamos para lhes dar os parabéns pela organização destes eventos, que tanto fazem pela cultura automóvel no nosso País.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!