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Mazda MX-5 RF 2.0 SkyActiv 160 AT

Mazda MX-5 RF 2.0 SkyActiv 160 AT
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“Heresia”

Aqui está, de novo, o “bom e velho amigo” Mazda MX-5, um marco na indústria automóvel, o roadster mais vendido do mundo e um desportivo para as massas, um automóvel tão polivalente que até estranhamos só ter dois lugares!

Nesta nova geração, o MX-5 ‘renasceu’, e as vendas subiram em flecha, muito graças a uma emancipação do roadster feito pela marca, com um design muito bem conseguido e galardoado, uma gama de motores competente e acima de tudo, um preço bastante convidativo. Bem, então, porque é que usei aquele título que podem ver ali em cima, em letras garrafais?

Porque a Mazda andou a ‘inventar’. Se na versão anterior, criou o RC, uma versão de capota rígida que não prejudicava o espaço da mala, e mantinha a silhueta, desta vez criou o RF, que significa Rectractable Fastback, que para os mais simples é um targa, sim, parecido com aquilo que uma marca lá para os lados de Estugarda faz desde os anos 60. Aqui, no caso da Mazda, tem tudo para correr bem, ao não usar um vidro de grandes dimensões mas uma silhueta mais suave, e um pequeno vidro traseiro, distinguindo-se e fugindo um pouco da imagem do MX-5 “normal”. O aspecto é sempre subjectivo, mas ninguém tem dúvidas de que é diferente.

Portanto, o que é que a Mazda pretende com isto?

Obter uma nova faixa de clientes que pretende um automóvel com uma capota rígida, mas que  para além de oferecer uma maior rigidez, promete também uma melhor insonorização, bem como a tal imagem diferente que falámos acima. A capota, composta por três partes, faz uma transição entre o aberto e fechado em apenas 11s e pode ser operada até aos 10km/h.

Claro que na construção deste tejadilho o peso foi aumentado, não muito, 45kg para ser mais preciso, sendo igualmente feitas algumas alterações para conseguir manter o típico prazer de condução do modelo Japonês. A suspensão foi revista, mantendo ainda assim a arquitectura de triângulos duplos à frente e braços múltiplos no eixo posterior. Foram introduzidas diferenças na barra estabilizadora, mais rígida, bem como a pressão do gás dos amortecedores, de forma a compensar esse ligeiro aumento de peso. Também a direcção mereceu ligeiros ajustes, sendo recalibrada, aumentado assim a assistência de forma a se adaptar melhor a este novo “corpo”.

O que não muda praticamente nada é o seu interior, apenas alguns detalhes. Na consola recebemos o novo botão que comanda o tejadilho, sendo totalmente eléctrico, e no painel de instrumentos, o computador de bordo é agora a cores e ganha mais informações, como parciais de consumo, a informação de como está a correr a recolha da capota e até informações da navegação, se a estivermos a usar. De resto continua a ser um local “acolhedor” para estarmos, a posição de condução é muito boa, com os pedais e o volante a estarem perfeitamente alinhados, ao mesmo tempo que também continua a ser um pouco parco no que toca a arrumação, mas também, sejamos sinceros, não é para isso que procuramos um MX-5, mas sim para um boa dose de passeios e bons momentos ao volante.

Para isso, esta unidade contava com o motor 2.0 de 160cv, um bom argumento, mas ao mesmo tempo (agora os puristas vão dizer o título do ensaio) com uma caixa automática de seis relações, algo novo para nós. Nós, no MotorO2, somos defensores em muitos casos das caixas automáticas, como em SUV’s, carrinhas familiares e monovolumes, mas temos de ser sinceros que para este roadster, a escolha desta transmissão fez-nos alguma confusão. Entendemos que pode fazer todo o sentido para alguns, que o MX-5 vai ser um automóvel puramente de passeio, mas será que continua à altura?

O motor continua intocável, com as suas respostas prontas, e a ser ainda um “resistente” a não contar com um turbo a auxiliar as saídas de curva, mas sim, a subida vertiginosa de rotações. Aí, um ponto positivo para a caixa automática, que, se usada em modo Sport e sequencial, que pode ser comandada pelas patilhas de selecção postas atrás do volante. Aqui, surge o primeiro reparo: são muito pequenas, plásticas e por vezes, acabamos por “injectar” água para o vidro em vez de aumentar “uma mudança”, aqui merecia mais cuidado. Em condução calma, esta caixa faz o seu trabalho de uma forma exemplar, torna mesmo a condução do MX-5 numa terapia, num momento relax de aproveitar os cabelos ao vento. Mas como compreenderam, quando queremos imprimir um ritmo mais elevado, ja não conseguimos ter aquele feeling que este modelo nos dá, e sim, posso usar aqui aquela expressão que muitas vezes é falsa: “retira-nos o prazer de condução”…

Depois viramos a moeda e entendemos os benefícios. A caixa automática, incrivelmente, baixa os consumos, já que insiste, no modo normal, em permanecer sempre nos regimes mais baixos, fazendo um bom modo coasting, em cidade, e também mais agradável, caso o vá usar no dia-a-dia. Já o preço, não é assim tão simpático, são € 44.000 para um exemplar igual a este, ainda que conte com muito equipamento de série, como as jantes de 17’’, o sistema de navegação, o som áudio bose, o limitador e cruise-control…

Acho o MX-5 automático mau? Não, de todo, acho que é mais uma escolha que a Mazda propõem na gama. Senão pensem comigo: muitos dos condutores que compram este automóvel é para um segundo carro, e muitos deles já conduzem berlinas de luxo durante a semana com transmissão… automática! Então, que tal se o automóvel que usam no fim-de-semana ou nas férias use esse mesmo tipo de caixa? Se calhar até tem lógica, certo? É uma maneira diferente de divertir, continua a dar sorrisos na cara, mas para condução mesmo desportiva, prefira a manual, a automática seria uma boa hipótese caso fosse mais rápida e menos hesitante.

Mazda MX-5 RF 2.0 SkyActiv-G 160 AT Excellence Navi

Especificações:

Potência – 160cv às 6000rpm
Binário – 200Nm às 4600rpm
Consumo Combinado Anunciado – 6,4L/100km
Consumo Combinado Medido – 7,0L/100km
Aceleração 0-100km/h (oficial): 8,5s
Velocidade máxima (oficial): 194km/h

Preços:
Mazda MX-5 RF 2.0 desde: 41.584€
Preço base da versão ensaiada: 44.491€

Mazda MX-5 RF 2.0 AT
15.9 Pontos
O que gostámos mais:
- Agilidade; - Condução entusiasmante; - Equipamento;
O que gostámos menos:
- Transmissão algo "indecisa" - Preço
Resumindo e concluíndo:
O Mazda MX-5, com esta nova versão e caixa de velocidades explora uma nova área de mercado. Não é o mais entusiasmante de guiar da família do roadster mais vendido do mundo, mas no final, também não desilude. É o MX-5 mais GT de todos!
Motorização15.5
Perfomances14.5
Comportamento18
Consumos17.5
Interior16
Habitabilidade14.5
Materiais/Qualidade de construção16
Equipamento de Série17
Value for Money14.5

“A pontuação acima é totalmente da nossa opinião. Esta, tem a ver com o modelo e versão ensaiadas, tendo em conta o segmento onde a mesma se insere.”

Legenda da pontuação:
0-5: Mau;
6-10: Satisfaz Pouco;
11-15: Razoável;
16-17: Bom;
18-19: Muito Bom;
20: Excelente;

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!