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Alpine chega a Portugal (Parte II)

Alpine chega a Portugal (Parte II)
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“Ingredientes certos”

Como combinado, voltamos para esta que é a segunda parte da apresentação do Alpine A110, que regressa a Portugal (e ao mundo) após ter ‘saído de cena’ em 1995.

Hoje estamos em pista, no Autódromo do Estoril, para experimentar este novo desportivo, e por isso vamos falar na primeira pessoa, sem muitos dados como números de vendas, ou coisas mais ‘chatas’. Vamos dizer-te apenas o que achámos deste automóvel, que tem uma imagem muito inspirada no modelo que lhe empresta o nome: o ‘mítico’ Alpine A110 Berlinette.

O dia estava chuvoso, ou ameaçava estar. Chegámos ao Estoril perto das 13h00, e lá estava o desportivo azul, que não engana ninguém: é um Alpine. O traçado de pouco mais de 4 quilómetros ia ser o nosso recreio, mas antes tínhamos de nos alimentar e saber um pouco de teoria.

A verdade é que os Alpine estão todos vendidos, pelo menos iguais a este: o Premiére Edition. São apenas 1955 unidades que, segundo a marca, impressionaram com as suas vendas em Portugal, com o número a não ser revelado. Mas para quem quiser encomendar um novo, pode escolher entre duas versões:  Pure e Legende, uma mais virada para a competição e outra para a imagem e revivalismo do modelo original.

O preço desta versão que vamos testar? 66 mil euros, pelo Primiére Edition.

Antes de ir para a pista, só mais uns números…

O motor é o mesmo que equipa o Renault Mégane R.S., ou seja, o novo 1.8 Turbo com 252cv e um binário máximo de 320Nm. Tudo isto para um automóvel que pesa apenas 1103kg, e que conta com o motor montado em posição central traseira, local para onde a tração é enviada por uma caixa de dupla embraiagem, com 7 velocidades. Permite aceleração dos 0 aos 100km/h em apenas 4,5 segundos, até aos 250 km/h.

Fazendo as contas, a relação peso/potência é de 4,3kg para cada cavalo. É obra.

Sentados nas excelentes bacquets, o ajuste é fácil de conseguir, com a pedaleira e o volante a estarem colocados numa posição exemplar, num interior cheio de detalhes (prometo falar deles todos, quando ele vier dormir uns dias connosco). Ponto muito positivo para a instrumentação completa, mas de fácil leitura. A caixa automática EDC conta com patilhas montadas atrás do volante, em metal e de boa dimensão.

Sinal de partida, vamos…

A primeira volta é feita atrás de um dos novos Renault Megane R.S, e dá logo para ver que a leveza é mesmo a palavra de ordem aqui. O baixo peso informa-nos bem de tudo o que se passa e antevê que a volta seguinte, que será feita já ‘a fundo’, será ajudada por isso.

O outro ponto que gostei logo muito foram os sons. Seja do escape, com as tradicionais “pipocas”, ou do motor, que está atrás de nós e nos brinda com um som de enchimento de turbo, tudo bastante interessante.

Isto de conhecer um carro em pista é interessante, e bem divertido. Mas a verdade é que também é muito intenso, queremos saber tudo, ver tudo e entender tudo, em apenas um par de voltas.

É complicado, por isso aviso que faltará aqui muita informação.

Depois de voltar ao ‘Pit Lane’ e de lá estar parado por uns 30segundos, recebo a ordem de partida. Posso espremer tudo deste novo Alpine!

Bem, só tinha uma regra: não podia usar o modo Race, este é o único Alpine que ainda pode ser usado, e não convinha que fosse acabar numa caixa de gravilha…

Modo Sport, lá vamos nós, agora a sério!

A saída das boxes é feita com calma, mas com os pneus já quentes é fácil atacar a curva 2, ganhando velocidade até à primeira travagem. Depois disso é fácil ver o equilíbrio na abordagem à curva VIP, a traseira mostra um ar de sua graça, tal como seu equilíbrio, com uma saída de curva sem mácula, pronta para ganhar muita velocidade na reta interior.

A travagem dá confiança, outra das vantagens do seu baixo peso, entrando naquela que é a zona mais técnica do circuito português. A saída da parabólica interior é feita com muita compostura, fácil de apontar o carro para onde queremos, com a transmissão a responder rapidamente mesmo nas reduções. No modo Race, esta conta com ‘gear lock’, algo que não acontece neste modo sport.

A curva mais propensa a deslizes é mesmo na “Orelha”, e aí, o Alpine mostra que é traseiro, com um ligeiro abuso propositado para ver se ele queria ‘brincar’. Conclusão? Quis, mas também mostrou que se controla facilmente. Sem gancho para fazer, mas sim o “Tanque”, o Alpine A110 ganha velocidade na Parabólica Ayrton Senna, para atacar a reta com quase 1 km da pista, chegando ao fundo a mais de 220km/h até pisar com força o pedal do travão, sem haver “fugidas” ou desequilíbrios de traseira.

A volta seguinte foi igual. A diversão aumenta, a confiança também, mas ficámos por aqui. O que fica? A leveza, a informação passada para o condutor e o som, o som de um automóvel que traz memórias para os mais velhos, para quem viu a versão original vencer classificativas de rallye, e para os mais novos, como eu, que estão a adorar este futuro da Alpine.

Quer um? Já pode encomendar. Para isso, basta ler a primeira parte deste especial.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!