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Deixaram-nos “a sós com o(s) Supra(s)”!

Deixaram-nos “a sós com o(s) Supra(s)”!
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“Até mesmo parado…” 

Tivemos a oportunidade de conhecer o novo Toyota Supra, ainda que de forma estática, antes de poder pisar as estradas portuguesas (a burocracia nacional assim o obriga). Neste contacto, pudemos saber o que a Toyota espera do modelo, e apreciar um desenho compacto e futurista que, acreditem: funciona melhor ao vivo!

Obviamente, o primeiro assunto que vem “à baila” é o envolvimento da BMW com a Toyota na conceção deste Supra e, sabendo disso, foi mesmo o responsável da marca que tocou no assunto:

“A questão da BMW é obviamente por custos. Isto porque desenvolver um motor e automóvel de raiz seria bem mais dispendioso, o que o ia tornar bem mais caro de adquirir. Nós queríamos manter a arquitetura de seis cilindros em linha neste A90, como o anterior A80 tinha, e a BMW foi uma boa opção, e sabe fazê-lo muito bem. Basicamente, ou era assim, ou não existiria Supra…”

Contudo, foi logo reforçado um ponto muito importante:

“De qualquer maneira, o desenvolvimento foi feito em colaboração até sensivelmente a meio do tempo (que demorou a conceção), depois, cada marca foi para seu lado, muito pela diferente carroçaria, mas também de forma a cada um dos modelos ter a sua própria filosofia. A nossa rigidez torsional é superior (maior mesmo que o Lexus LFA), mas também temos uma transmissão ZF com mapeamento mais desportiva.”

Depois disso, foi altura de começar a explorar, e aqui, ponto muito importante: ao lado do novíssimo Toyota Supra, estava o “Toyota Supra”, o mítico dos anos 90, e que foi tornado num “mito”, muito por ter aparecido numa sequela de filmes, e que marcou uma jovem geração. Ele é também responsável por alguma “repulsa” a esta nova geração. Aqui, depois de dizer isto, ouço logo:

“Pode ser mal-amado agora, é normal. Mas acreditamos que depois a situação vai mudar…”

Não duvidamos, isto porque a ficha técnica mete respeito, já que para “empurrar” estes 1540kg (não é o mestre da leveza), o Toyota GR Supra conta com o 3.0L 6 cilindros em linha que debita 340cv e um binário máximo de 500Nm, o que lhe garantirá uma aceleração dos 0 aos 100km/h em apenas 4,3s, e uma velocidade máxima de 250km/h. Contudo, alguns desses detalhes, apenas serão conhecidos quando passarmos para uma segunda fase deste contacto, aquela que mais gostamos, a da condução.

Portanto, peguei na lupa e fui tentar absorver o máximo de pormenores possível deste GR Supra.

Primeira coisa: é bem mais pequeno do que esperava. A sua dimensão é de 4,38m, parece bem mais “enfezadinho” que o “enorme” Supra da geração anterior que estava ao lado, com os seus 4,52m. Isso é bom? Claro! A rodas estão bem nas pontas, o que dá um resultado muito próximo de um “golden ratio”, ou seja, proporção ideal. A distribuição de peso também fica 50:50, e consegue um centro de gravidade mais baixo que o GT86.

No que toca ao design, a “dupla bossa” no teto é inspirada no 2000GT, e os elementos aerodinâmicos, principalmente na traseira, resultam bem. Aqui, uma reminiscência à Formula 1, com a luz de nevoeiro a ser inspirada na categoria máxima do desporto automóvel.

A dianteira também assume essa inspiração, contudo, na europa a chapa de matrícula limita essa sensação, nesta secção muito inspirada pelo concept FT-1 de 2014. Aqui fora também notámos que muitas das entradas e saídas de ar são falsas, o que nos levou a perguntar: porquê?

Felizmente, houve resposta, e das lógicas:

“Estas entradas são efetivamente só estéticas. Mas apenas no modelo de estrada, porque arruinaria o bom coeficiente aerodinâmico. Mas, se vires, no Supra GT4, elas são funcionais.”

Portanto, é uma espécie de “modelo de homologação”.

Passamos para o interior, e aqui, é uma verdadeira parafernália de peças BMW, e isso não é nada mau. Bem construído, bem desenhado e bem organizado.

Conta com uma boa posição de condução, e um painel de instrumentos bastante completo e de fácil leitura. Aqui, foi obviamente altura de carregar no Start e ouvir o “cantar” do novo Toyota Supra. Um som rouco e daqueles típicos que só serão melhores em estrada, mas promete.

Olhar para antigamente…

Claro que tive de dar uma vista de olhos no passado. As diferenças são notórias, e eu vou ser sincero: gosto muito da atualidade!

De qualquer maneira, não é desmerecer o papel que este Supra A80 teve, mas a sua filosofia era diferente, com um ar bem mais de GT, muito graças à sua dimensão comparativamente com a do Supra GR A90, bem mais curto e focado na performance.

O tempo acabou, e o orgulhoso dono deste Supra antigo chegou, e usou-o como carro de dia-a-dia durante muito tempo. E nem lhe tentem tentar comprar o carro, ele não aceita. Eu, fico por aqui, ansioso por testar esta nova obra prima japonesa.

Para quem quiser pôr um na sua garagem, já o pode fazer. O preço a pagar é de 81.000€, pela única versão disponível, a Legacy, que já inclui elementos como Suspensão Variável Adaptativa, Pinças Brembo vermelhas e jantes de 19 polegadas, mas também com elementos de conforto tais como a câmara traseira, sistema de som JBL, Head-Up Display e carregador para smartphone por indução.

 

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!