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Mercedes-Benz B180d 7G-Tronic

Mercedes-Benz B180d 7G-Tronic
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“Juntar ao útil, o agradável”

O Classe B é um caso curioso, ao ter uma história muito ligada ao Classe A, modelo que começou por ser um mini-movolume, mas que encontrou a sua “verdadeira felicidade” sendo um hatchback com linhas mais desportivas e que tem sido um sucesso de vendas para a marca desde a geração anterior.

Por isso, o Classe B é o tal “pequeno monovolume” que o Classe A nunca foi. Agora, volta a inspirar-se no “A” para conseguir aumentar ainda mais as suas vendas, e juntar uma maior tecnologia a um já espaçoso interior, assim como uma condução mais dinâmica e envolvente.

A estética também não foi um elemento esquecido, já que bebe muito da inspiração dos últimos modelos da marca, e principalmente do modelo de entrada de gama: sim, o A.

A sua dianteira é bem mais agressiva e desportiva que a geração anterior, destacando-se pelos grupos óticos mais “rasgados” e pela grelha de maiores dimensões, numa frente mais mergulhante e perto do solo. Esta unidade contava com a Linha AMG, ou seja, entre outros elementos, confere-lhe também uns para-choques e jantes exclusivas, assim como o revestimento dessa grelha, em “diamante”. Tudo isto incrementa o fator estilo.

A lateral está mais “limpa” e com menos “vincos” que anteriormente, num aspeto geral mais esguio, escondendo bem a sua dimensão de 4,14m. O que se nota é a sua distância entre eixos, que aumentou, fazendo antecipar um bom espaço a bordo. Aqui, podemos ver igualmente que o Classe B está bem perto do asfalto, o que facilita a entrada e saída dos passageiros, enquanto lhe dá uma pose mais atlética.

A secção traseira é, talvez, a que mais beneficia com esta linha AMG, devido ao para-choques mais desportivo e que integra as “duas saídas de escape” cromadas. Os farolins LED são agora mais pequenos que anteriormente, mas resultam bem nesta geração totalmente nova da ‘Tourer’, da marca de Estugarda.

Mas é no interior que o Mercedes-Benz Classe B dá “cartas”.

Para começar, a sua sensação de espaço, o que é aumentado pelo generoso teto de abrir panorâmico (opcional); depois, pela sua real dimensão, num habitáculo com uma boa visibilidade para o exterior, onde o tablier é agora muito mais moderno (sim, inspirado no A, como todos vão ver) ganhando o sistema MBUX que se destaca, entre muitos outros pontos, pelos seus ecrãs de alta resolução, que podem ir até às 12,5’’ cada um.

Isso cria uma verdadeira sensação futurista e tecnológica a bordo do Classe B.

De resto, o habitáculo opta por um estilo mais clássico e sóbrio, com bons revestimentos e interessantes detalhes, como é o caso das faixas LED que percorrem o interior e que podem assumir 64 cores diferentes, ou mesmo as saídas de ventilação em ‘turbina’.

Nos lugares traseiros é onde sentimos a verdadeira essência deste modelo, primeiro na altura para a cabeça, que mesmo com o teto panorâmico não conta com constrangimentos mesmo em altura superiores a 1,74m, assim como para as pernas (onde o aumento da distância entre eixos se ajudou mais). Os bancos são rebatíveis em três partes (40:20:40), e a bagageira conta com 445L de capacidade, em linha com os seus concorrentes diretos. E sim, um deles é mesmo esse que estão a pensar, daquela marca vizinha e que deixou o mundo automóvel perplexo ao trocar a tração traseira por dianteira…

Passando para o volante, a posição de condução é 90mm mais elevada que o Classe A, o que é bem notório, e que oferece uma posição de condução mais confortável ao invés de mais desportiva, dando uma melhor visibilidade em praticamente todas as direções.

Mas não nos podemos deixar enganar pela posição de condução e pelo “Ar Parental” deste Classe B, já que a dinâmica melhorou, e muito, conseguindo provar que este tipo de automóvel não tem de ser aborrecido!

Para este primeiro contacto, calhou-nos o motor que deverá ter mais expressão no nosso mercado: o 180d. Um 1.5 diesel com 116cv aliado à transmissão 7G-Tronic, e que chega e bem para uma utilização normal. Como a potência indica, não será um ‘desportivo’, mas nunca nos deixa “pendurados” quando mais necessitamos, já que a transmissão coopera muito bem, e torna este motor solícito, sendo ainda suave e pouco ruidoso.

A grande vantagem deste motor vai mesmo para o balanço entre essas performances e o baixo consumo, que no final deste ensaio se cifrou em 5,3l/100km, numa utilização mista e absolutamente normal. O modo ECO é aconselhável, e conta com o modo ‘coasting’, que ajuda a conseguir bons números…

O comportamento é bastante seguro, graças à suspensão que absorve bem as irregularidades e apresenta pouco adornamento de carroçaria, o que é um bom aliado à direção mais direta e rápida, com um eixo dianteiro que segue bem os comandos dados, não sendo fácil provocar uma perda de tração. Basicamente é tudo “muito certinho”.

Quanto a valores, esta unidade tinha um custo de 44,864€, muito graças à Linha AMG, Pack Premium (3.850€) e teto de abrir panorâmico (1.450€). De uma forma comparativa, o Classe B com o motor 180d e Linha AMG, é mais 3.100€ que um Classe A equivalente.

E esse é o preço que temos a pagar pelo espaço, num automóvel que consegue juntar a isso agradabilidade de condução, com a tecnologia avançada como é o caso do MBUX. O motor diesel de 116cv é comedido nos seus consumos e chega para as encomendas.

Somando tudo, é um bom parceiro familiar, com o qual pode contar!


Mercedes-Benz B180d 7G-Tronic Linha AMG

Especificações:
Potência – 116cv às 4000rpm
Binário – 260Nm às 1750~2750rpm
Aceleração dos 0-100 (oficial): 10,7s
Velocidade Máxima (oficial): 200km/h
Consumo Combinado Anunciado (Medido) – 3,9l/100km (5,3l/100km)

Preços:
Mercedes-Benz B180d desde: 35.100€
Preço da unidade ensaiada: 44.864€


Carrega nas fotos e vê este Mercedes Classe B180d em detalhe:

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!