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Mazda MX-5 2.0 Skyactiv-G “30th Anniversary”

Mazda MX-5 2.0 Skyactiv-G “30th Anniversary”
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“Desde que seja laranja”

Às vezes, tenho “medo” de falar do Mazda MX-5 e tornar-me algo repetitivo, ou que pensem que a marca me paga alguma coisa. Porque, infelizmente, não paga.

Ou seja, já por aqui falei de que gosto muito do modelo (ao ponto de comprar um), já comparei a primeira com a atual geração, e até que foi num MX-5 de primeira geração, numa quarta-feira à tarde, que aprendi que também se deve “amar” um automóvel de idade mais avançada. Mas volto aqui uma vez mais para fazer uma espécie de ode a um modelo que já é maior do que o seu próprio nome.

Bem, na verdade, o Mazda MX-5 chama-se Miata nos Estados Unidos da América, e um mais conciso Roadster no Japão. Um automóvel tão importante que tem três nomes, e é dono de mais de 1,1 milhões de unidades vendidas desde 1989.

Pois bem, claro que já se percebeu do que vou falar hoje, dos 30 anos do modelo mais emblemático da marca de Hiroshima, e que se apresenta aqui num tom que não estamos habituados a ver num MX-5. Mas que significa muito para a marca.

O seu nome é Racing Orange, e mesmo que os responsáveis da marca não tenham confirmado, eu tenho a certeza que é uma homenagem também ao vencedor da edição de 1991 das 24h de LeMans, o Mazda 787B, que é também, para mim, um dos automóveis que colocaria, sem dúvida, num Top3 se estivéssemos a falar de som! Se não sabem, ouçam aqui. Agradeçam depois!

Obviamente é a cor que nos salta à vista num primeiro olhar para esta edição especial do Roadster, que apenas verá produzidas 3000 unidades, em que Portugal apenas recebe 10. Todas, mas mesmo todas são desta cor, e é isso que as destaca. Mas não só, já que as jantes Rays ZE40 RS30 de 17’’ forjadas em alumínio também são exclusivas, e contam mesmo com a inscrição desta versão “MX-5 30TH Anniversary” colocada no próprio aro da jante, que é envolvida com pneus Bridgestone Potenza.

Uma edição para colecionadores que não descorou pormenores, com o exterior a contar ainda com o número da unidade, que neste caso era a 492/3000. E nem mesmo no interior os detalhes foram esquecidos. Os pespontos tomam essa tonalidade laranja, com o mesmo a acontecer nas saídas de ventilação. Muitos dos revestimentos também passaram a contar com acabamento em alcântara, nomeadamente as bacquets Recaro, que nos dão um apoio extra em curva.

Ainda que esta versão não tenha alterações mecânicas propriamente ditas, conta sim com elementos que fazem uns truques para que a condução seja ainda mais focada, e que vá ao encontro do nome da cor, a tal “Racing Orange”. É o caso das pinças de travão dianteiras da Brembo, assim como Nissin atrás, para além das molas Bilstein, que o metem mais perto do chão, com menos adornamento e mais rijo.

Portanto, a mecânica que está presente em todos estes “30th Anniversary” é o 2.0 Skyactiv-G de 184cv, que foi renovado na altura do restyling ao modelo (que não mudou esteticamente) e que lhe deu um novo alento, tornando-o agora mais lógico do que o anterior 160cv. As rotações agora sobem até um limite máximo de 7500rpm, e é bem mais agradável de usar. Mais elástico, mais poderoso, mais desportivo…

Já ao volante, a nova regulação em alcance (pela primeira vez na história do modelo) torna-se mais confortável, ficando sentados que nem uma luva, porém, continuo a achar que se o banco tivesse regulação das costas por “rodinha” era apenas, e só, perfeito!

Ligando o 2.0, partimos à aventura, e para isso decidi ir sozinho até um pedaço de estrada que conheço, que já não ia há algum tempo e prestar assim a minha própria homenagem ao modelo.

A ligação ao solo revista tornou-o bem mais “seco” e focado, com menos adornamento, algo de que esta geração ND sofre um pouco. Mas devido a estas alterações também ganhou mais vontade de testar os dotes de condução do piloto, já que a traseira teima em “fugir”, ainda mais com o piso molhado, com na maioria do tempo que passei com este MX-5 (ultralimitado).

Obviamente, tal como todos os carros, tinha de o entregar inteiro e incólume. Para testar a segurança existe a EuroNcap, e não aqui o rapaz que vos escreve…

Os travões revistos pareceram apenas mais resistentes à fadiga, prolongando o bom tato por mais tempo, e a tolerarem bem o baixo peso de 1105kg, assim como os 184cv, de um modelo que cumpre a tarefa dos 0 aos 100km/h em apenas 6,5s. Nunca um Mazda MX-5 de série foi tão rápido…

O preço a pagar por uma unidade destas, puramente de colecionador, é de 43.719€, apenas mais 2156€ que a versão 2.0 Skyactiv-G mais equipada. Digo apenas porque o valor extra é perfeitamente compreensível pela exclusividade e equipamento extra (jantes e suspensões). Só há dois problemas: tem mesmo de gostar de laranja, e uma (ainda) mais complicada: já não há unidades disponíveis…

No final, parabéns MX-5, e vou dar banho ao meu próprio MX-5, que ele está ali na garagem cheio de ciúmes deste laranja!


Mazda MX-5 (ST) 2.0 SkyActiv-G 184 “30th Anniversary”

Especificações:
Potência– 184cv às 7000rpm
Binário – 205Nm às 4000rpm
Aceleração do  0-100 (oficial): 6,5s
Velocidade Máxima (oficial): 219km/h
Consumo anunciado – 6,9l/100km
Consumo medido – 7,2l/100km

Preços:
Gama Mazda MX-5 desde: 27.638€
Mazda MX-5 2.0 184cv desde: 40.067€
Unidade ensaiada: 43.719€


Vê este MX-5 “laranjinha” em maior detalhe:

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!