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Mazda MX-5 RF 2.0 SkyActiv-G

Mazda MX-5 RF 2.0 SkyActiv-G
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“Surpreendente, parte II”

O Mazda MX-5 foi um automóvel que no início impressionou até a própria marca que o concebeu, devido à sua aceitação acima da média, o que o tornou no roadster mais vendido do mundo, e depois num mito. Sim, todos nós sabemos essa história, não era preciso repeti-la. Mas porque é que usei este título para este ensaio ao MX-5 RF?

Por uma simples razão: “como é que o Rectractable Fastback foi tão bem aceite?

Estou certo que a Mazda fez os estudos, e que o desenvolveu de forma diferente a pensar no risco que poderia correr, bem como nos custos. Não estamos no final dos anos 80, em que que arriscávamos assim de qualquer maneira. Eles estavam seguros de que esta versão iria ter a sua quota parte de sucesso, mas será que sabiam que ia ter assim tanto?

Olhem, eu não.

Porquê? Porque sempre achei que os targa já tinham tido a sua era, uma necessidade mais antiga de forma a manter a rigidez estrutural, mas também por uma razão “minha”, já que acho que não transmite a mesma sensação de liberdade que um roadster nos oferece. Por outro lado, saberia que o sucesso era uma probabilidade, visto que a 4ª geração estava a ser muito bem-recebida, e que alguns “possíveis” proprietários não avançavam efetivamente para a compra devido ao receio de ter uma capota em lona. Sim, ainda existem muitas pessoas com este pensamento…

O MX-5 RF distingue-se tanto pela sua silhueta como pela traseira, com um aspeto que foge um pouco ao original conceito deste modelo. Obviamente que o maior ponto de destaque é a sua capota rígida, que a marca se orgulha em afirmar que é também a mais rápida do mundo (abrindo ou fechando em apenas 13 segundos), prometendo dar um maior conforto acústico e térmico. Mesmo assim, a distância entre eixos manteve-se inalterada.

Por isso, no interior são visíveis as duas mudanças: o botão de acionamento do tejadilho, totalmente elétrico, e um novo painel de instrumentos, com o computador de bordo a cores.

A posição de condução é boa, ligeiramente mais elevada do que se poderia esperar, contudo, bem centrados com o volante. Todos os comandos oferecem um bom peso, e a ergonomia está num bom nível, com os comandos de climatização a estarem bem organizados, e o joystick central a controlar bem o simples e claro sistema multimédia. Os bancos, que nesta versão não eram os desportivos da Recaro (desta versão), não oferecem tanto apoio como esses últimos, mas são bem confortáveis.

Se o aspeto exterior foi alterado, tornando este MX-5 no primeiro “não totalmente roadster”, o seu comportamento teria de ser digno de um automóvel que ostente essa sigla, portanto, para o RF, a marca fez algumas alterações de maneira a comportar o ligeiro incremento de peso de apenas 45kg. Sim, apenas 45kg separam este RF de um “normal MX-5”.

Ou seja, a direção conta com o mesmo bom feeling do MX-5, embora tenha sido alvo de uma recalibração, enquanto a suspensão foi o que sofreu mais alterações, com ligeiros ajustes na sua taragem, assim como nas molas dianteiras e barra estabilizadora. Na prática, não se sentem as diferenças, portanto, bom trabalho Mazda!

Depois de já ca ter estado, na versão 2.0 SkyActiv-G com caixa automática, e que criou um sentimento obtuso, este motor regressou para fazer as pazes, equipado com uma caixa manual de seis velocidades, elemento que a marca tão bem sabe fazer.

Este é o motor mais potente, e também o que será menos vendido, com a tributação a fazer das suas. Mas esquecendo isso, é visível a sua superior genica. Os 160cv, provenientes deste bloco atmosférico são entregues de uma forma linear e desde baixos regimes, com a superior força a notar-se quando nos aproximamos do regime “médio-alto”, ou seja, altura onde os 200Nm de binário máximo aparecem. A transmissão está muito bem escalonada e aproveita da melhor forma este motor. É da “noite para o dia”, a diferença face ao automático.

As boas prestações são confirmadas também nos números, com uma aceleração que se cumpre em apenas 7,5 segundos, com uma velocidade máxima na ordem dos 215km/h. Números respeitáveis.

Mas é nas curvas que o sorriso no rosto aumenta, com uma inserção em curva precisa, com a traseira a rodar ligeiramente se assim permitirmos. Com esta motorização, o MX-5 também recebe um diferencial autoblocante de deslizamento limitado, que aumenta sobremaneira a diversão ao volante, ao mesmo tempo que oferece um maior controlo sobre o automóvel. A suspensão permanece algo branda, o que lhe “amortece” as reações e não o torna numa proposta tão agressiva. Não é de todo um ponto negativo, é mais um caso de personalidade.

Os consumos, são também uma boa surpresa, mesmo que superiores ao bloco 1.5 de 131cv. Estes não chegam aos 8L a cada cem quilómetros, muito por causa do sistema i-Stop da Mazda, que nos “pausa” o motor nos sinais ou no pára-arranca, e pelo sistema de regeneração de energia i-Eloop.

Agora a questão é: vale a pena optar pelo RF?

Acho que ainda vamos deixar isso para outras núpcias, já que falta ensaiar a mais lógica versão 1.5, mas, o RF dá “paz de espírito” para quem não quer ter uma capota em lona, com a vantagem de não perder o seu dinamismo característico. Há pessoas que até gostam mais da estética deste.

Portanto, termino com um muito pouco elucidativo: “é uma questão de gosto”.
Vamos ver se para a próxima já tenho uma opinião diferente, e mais consistente.

Mazda MX-5 RF 2.0 SkyActiv-G Excellence

Especificações:
Potência – 160cv às 6000rpm
Binário – 200Nm às 4600rpm
Aceleração dos 0-100 (oficial): 7,4s
Velocidade Máxima (oficial): 216km/h
Consumo Combinado Anunciado (Medido) – 6,9l/100km (6,7l/100km)

Preços:
Mazda MX-5 RF 2.0 desde: 41.702€
Preço da unidade ensaiada: 43.152€

Carrega nas fotos e vê este Mazda MX-5 RF em detalhe:

Mazda MX-5 RF 2.0 MT
15.9 Pontos
O que gostámos mais:
- Dinâmica - Sonoridade - Diversão ao volante
O que gostámos menos:
- Alguns plásticos - Preço em relação ao 1.5
Resumindo e concluíndo:
O Mazda MX-5 RF foi estudado, mas o seu sucesso deve ter sido maior do que a própria marca esperava. O seu tecto rígido retrátil "abre a porta" para quem tinha receio da "lona". O motor 2.0 é para quem pode.
Motorização16.5
Perfomances15.5
Comportamento17.5
Consumos16
Interior16.5
Habitabilidade14
Materiais/Qualidade de construção15.5
Equipamento de Série17
Value for Money15

“A pontuação acima é totalmente da nossa opinião. Esta, tem a ver com o modelo e versão ensaiadas, tendo em conta o segmento onde a mesma se insere.”

Legenda da pontuação:
0-5: Mau;
6-10: Satisfaz Pouco;
11-15: Razoável;
16-17: Bom;
18-19: Muito Bom;
20: Excelente;

 

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!