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Mazda 3 CS 1.5 SkyActiv-D Excellence

Mazda 3 CS 1.5 SkyActiv-D Excellence
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“Um estilo diferente”

O Mazda 3 foi lançado, nesta geração actual, há três anos, e sofreu agora o seu primeiro restyling de meia idade. Muito ténue, admitimos, mas verdade seja dita que também não era preciso mudar muito neste familiar médio da marca de Hiroshima. O modelo, que prima por um design agradável, conta com dois motores, um gasolina e outro diesel, e está dotado de um elevado equipamento de segurança activa e passiva.

Neste contacto com a versão “revista” do modelo, optámos por uma versão que nunca tínhamos ensaiado. Ou seja, não é bem uma versão, mas sim um estilo totalmente diferente, a Mazda chama-lhe 3 CS, ou seja Coupé Style, o que é nada mais nada menos do que um Mazda3 de três volumes, estilo que por cá não é muito querido, mas que, por exemplo, os “nuestros hermanos” adoram. Mas, vendo bem, o Mazda3 CS pode conseguir arranjar aqui uma boa “zona cinzenta” neste segmento, senão vejamos:

O Mazda 3, de geração anterior, tinha uma carroçaria deste tipo, que até conseguiu uma interessante carreira comercial. Agora, passados estes anos, os clientes têm que mudar, e com a Mazda a manter uma boa reputação no que toca à fiabilidade, a escolha é fácil. Outro ponto é que, por pouco que se venda, existem clientes que gostam deste tipo de automóveis, e neste momento, só há dois tipos de modelos: sedan médios “low-cost”, como é o caso do Fiat Tipo ou Citroën C-Elysee, ou então premium, como é o caso do Mercedes-Benz CLA e o Audi A3 Limousine.

Portanto, na primeira opta-se por um automóvel com um equipamento honesto, numa boa dose, mas uma construção não rigorosa, e materiais mais rijos. Enquanto que no segundo grupo, os preços aumentam exponencialmente e o equipamento de série, é, muitas vezes, demasiado fraco. Portanto, o Mazda3 CS encontra aqui o seu espaço: tende mais para o segmento dos sedan médios premium, com um equipamento de série bastante rico, sem deixar o seu futuro proprietário a fazer contas à vida.

Portanto, depois de explicar tudo isto, e porque o Mazda3 CS pode até ter muita lógica no nosso mercado, passamos para a estética e ver o que mudou. Pegamos na lupa e constatamos que a grelha tem um novo efeito visual e que os faróis têm um novo contorno. Nada mais, só isso. A frente agressiva e robusta dá lugar a uma lateral bastante fluida, cheia de vincos agradáveis e uma bonitas jantes de 17’’ que até revestem bem as cavas das rodas. Atrás, o terceiro volume está algo dissimulado, tal como um…coupé.

Esse volume, embora não seja muito visível, guarda uma boa capacidade de carga, com um valor total de 419L, que é “apenas” menos 61L que o seu “irmão” Mazda 6! O interior não teve também muitas alterações, apenas recebeu o novo volante da marca, mais elegante e com novos comandos, que continua a ter uma boa pega e dimensão, não beliscando a boa posição de condução amplamente regulável. O interior oferece também boas quotas, especialmente para os passageiros traseiros, que conseguem ter um generoso espaço para as pernas e em altura, mesmo que esta versão seja mais baixa que o Hatchback de mesmo nome.

Na parte mecânica há uma interessante adição neste restyling, falamos do G-Vectoring Control, que consiste num sistema de controlo inteligente que interliga o motor, transmissão e chassis para dar uma maior sensação “Jimba-Ittai” – Cavalo e cavaleiro num só” – com a marca a provar que é um mero sistema de vectorização de binário, já que o sistema limita o binário utilizado pelo motor, de modo a permitir uma transição muito suave entre as diferentes forças G. Factor conseguido pela optimização da carga vertical em cada uma das extremidades do Mazda, assim, ao delinear uma curva, o sistema começa por limitar a subida do binário, até 30Nm, ajudando a manter o automóvel na trajectória ideal. À medida que o Mazda 3 sai de curva, o G-Vectoring Control trata de transferir de novo o binário para as rodas, assegurar uma progressão estável, segura e acima de tudo divertida!

Na prática o sistema funciona na perfeição e a transferência de massas torna-se bem menos evidente, dando uma maior confiança ao condutor. Por outro lado, o motor 1.5 Skyactiv-D, embora exibindo algum pulmão desde baixas rotações, não pede grandes andamentos, já que com os seus 105cv está mais optimizado para conseguir bons consumos, muitas das vezes não chegando aos 5 litros a cada cem quilómetros. De série, nesta versão que é a mais equipada, o Mazda 3CS contava já com o sistema de navegação, alerta e correcção de transposição de faixa, faróis xenon com máximos inteligentes, alerta de ângulo morto, leitura de sinais verticais e cruise-control adaptativo. Ainda de série contamos com o sistema audio BOSE, os estofos em pele, aquecidos para os passageiros dianteiros e janelas escurecidas atrás.

No final deste ensaio constatamos que afinal ainda há uma terceira justificação para a escolha do Mazda 3CS, já que quem quiser um automóvel três volumes, cheio de equipamento, espaçoso e seguro, não necessita de dar o salto para o segmento D, onde os preços sobem consideravelmente. A única justificação é se necessitar de um motor com mais “garra”, aí sim, está justificado.

Mazda Mazda3 CS 1.5 SKYACTIV-D 105 Excellence Pack Leather+ Pack HT

Especificações:
Potência – 105cv às 4000rpm
Binário – 270Nm às 1600rpm
Consumo Combinado Anunciado – 3,8L/100km
Consumo Combinado Medido – 4,7L/100km
Aceleração 0-100km/h: 11,0s (oficial):
Velocidade máxima (oficial): 186km/h

Preços:
Mazda 3 CS desde: 24.857€
Preço base da versão ensaiada: 31.157€

Mazda3 CS 1.5 SkyActiv-D
16.2 Pontos
O que gostámos mais:
- Comportamento - Consumos - Espaço - Equipamento
O que gostámos menos:
- Escolha de apenas um motor (105cv) - Escolha limitada a um tipo de transmissão
Resumindo e concluíndo:
O Mazda3 "Coupe Style" insere-se numa interessante área do segmento C, com os seus atributos a darem-lhe uma boa posição para lutar com os rivais premium, ou de segmento acima...caso o comprador não queira um motor "maior".
Motorização17
Perfomances14.5
Comportamento16.5
Consumos18
Interior16
Habitabilidade15.5
Materiais/Qualidade de construção16
Equipamento de Série17
Value for Money15.5

“A pontuação acima é totalmente da nossa opinião. Esta, tem a ver com o modelo e versão ensaiadas, tendo em conta o segmento onde a mesma se insere.”

Legenda da pontuação:
0-5: Mau;
6-10: Satisfaz Pouco;
11-15: Razoável;
16-17: Bom;
18-19: Muito Bom;
20: Excelente;

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!