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KIA Proceed 1.6 T-GDi GT

KIA Proceed 1.6 T-GDi GT
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“Daddy Cool”

Bem, neste ensaio pedi a mim próprio para não usar os adjetivos que uso quando falo dos KIA, ou seja, não me “prender” ao assunto da relação preço/equipamento, ou falar de quão bons os modelos desta marca são. Portanto, para isso, escolhi a KIA Proceed GT, aquele que é um dos modelos que mais pode puxar pela veia emocional de um cliente. Será que o seu aspeto atraente é suficiente, ou existe algo mais?

Bem, começando por aí, achamos que pode ter uma grande influência para quem escolher uma KIA Proceed, porque esta “carrinha”, que não é bem uma carrinha, mas sim uma shooting brake, faz o cruzamento entre um coupé e aquela variante mais familiar que todos conhecemos. Para isso, tudo mudou nesta Proceed, que traz muito pouco do seu modelo de base, exceptuando na dianteira, que é igual se tivermos em conta a versão GT, ou seja, os para-choques tem um desenho mais agressivo e desportivo, contando com maiores entradas de ar, enquanto os pormenores vermelhos “crescem” e dão um ar da sua graça. Daqui para trás, tudo diferente…

O seu teto é mais baixo, dando um aspeto dinâmico, o seu comprimento é praticamente o mesmo da SW, mas aqui muito mais fácil de tolerar. A linha de cintura elevada confere-lhe a desportividade, que é também dada pelas jantes exclusivas de 18’’, que escondem um sistema de travagem melhorado.  A traseira é uma secção fácil de gostar, que agrada pela sua fluidez e se destaca no trânsito, seja pelo formato suave, ou pelos grupos óticos que percorrem toda a “5ª porta”. Aqui atrás, o para-choques é também mais desportivo, com uma dupla ponteira de escape (verdadeira) incluída dentro de um difusor, meramente estético, mas que ajuda a dar a tal imagem que todos nós gostamos.

Passando para o interior, a versão GT ganha muitos detalhes em vermelho, presentes nos pespontos, não indo muito mais longe do que a versão GT Line (a outra opção na Proceed). Ainda assim, destacamos os bons bancos em pele e alcantara, e a pedaleira em alumínio, que confere uma atmosfera desportiva ao interior. O interior é muito bem equipado, como não poderia deixar de ser (já começo a falhar no que prometi acima), contando já com sistema de som JBL, regulação elétrica para o banco do condutor, e lá fora, faróis LED, e portão da bagageira elétrico.

Atrás, e se tiver até 1,80m, vai perfeitamente confortável, acima disso, o teto de abrir panorâmico, opcional, “rouba” um pouco do espaço em altura. Nestes lugares encontramos ainda um apoio de braço, um razoável espaço para as pernas, e ainda saídas de ventilação dedicadas. A bagageira conta com 597L, boa, mesmo em relação a carrinhas “tradicionais”. Com isto, a Proceed GT mostra que podemos ter o look, sem esquecer a questão familiar.

Mas é olhando para o seu nome que notamos que esta não é uma KIA normal. O GT ali depois do nome quer dizer alguma coisa, que é a versão mais desportiva, que conta com o motor 1.6 T-GDi de 204cv, e nem é preciso ser muito entendido na matéria, porque mal ligamos a Proceed, entendemos que esta não é uma KIA “normal”.

O som grave que sai do duplo escape não engana, e começa logo por nos dar a entender que esta GT quer mais ir para o campo de um GTi do que propriamente de um “grande turismo”, tal como seu nome indica. E fomos notando isso…

Começamos já pelo motor, o 1.6 T-GDi de 204cv, que conta com um binário generoso de 265Nm graças ao turbo, o que lhe garante uma aceleração de 7,4s para chegar aos 100km/h, ajudado pela caixa DCT de 7 velocidades. Mas, deixamos já aqui claro, não é a transmissão certa a optar.

É assim, se o Proceed GT for efetivamente usado de forma “normal” e calma, a transmissão não se mostra má, nem perto disso. Mas, em andamento mais rápido e exigente, acaba por hesitar um pouco e não ser tão rápida como gostaríamos, principalmente em reduções, o que faz com que esta Proceed “se pendure” um pouco mais nos travões, não deixando por vezes haver o “travão-motor” que gostaríamos. No entanto, consegue oferecer uma boa dose de emoções.

E essa emoção é também conseguida graças a uma direção que tem um acerto correto, conseguindo ser informativa, rápida e direta, enquanto a suspensão tolera bem o mau piso e não faz “saltitar” muito esta Proceed, tornando-a também muito ágil, sem adornar. A tração dianteira tem que tolerar com estes mais de 200cv, e mesmo sem diferencial autoblocante, o sistema de vectorização de binário faz um bom trabalho, não sendo tão eficaz, mas não deixando que as rodas desperdicem aderência de forma brusca ou desmesurada. É tudo fácil de controlar.

Também a marcar pontos no campo da emoção, é a tal sonoridade conseguida pelo escape que, no modo Sport, consegue entusiasmar até quem não leva ainda este construtor de forma tão séria como deveria. E quanto a esses, são cada vez menos…

E por último, os consumos.

Se os primeiros dois pontos são apenas para condução muito rápida, que deverá ser menos de 5% da vida desta Proceed, os consumos já são mais importantes. Em condução normal, cumprindo as velocidades impostas, é possível conseguir abaixo dos 8l/100km, o que não é nada mau, mas que com alguma circulação em cidade, ou com vontade de querer ouvir bem este escape, esse número apresentado no computador de bordo aumenta, e bem! Para cima de uma dezena. É bastante variável. Portanto, se quiser uma Proceed poupada há outras disponíveis na gama, esta GT não é a ideal para isso.

Contudo, se quiser uma “carrinha” com mais de 200cv, personalidade, dinamismo, muito bem equipada e a um preço “canhão”, esta é a escolha certa a tomar! Uma Proceed GT como esta, pouco passa dos 34.000€, e se optar por caixa manual, fica a 32.000€… que é melhor. Conselho de amigo!

Sendo assim, a KIA ainda é o que pensava?
É mais do que apenas “Preço/Equipamento”, ou a marca dos “sete anos de garantia”!


KIA Proceed 1.6 T-GDi 204 DCT

Especificações:
Potência – 204cv às 6000rpm
Binário – 265Nm às 1500~4500rpm
Aceleração dos 0-100 (oficial): 7,5s
Velocidade Máxima (oficial): 225km/h
Consumo Combinado Anunciado (Medido) –6,2l/100 (8,0l/100km)

Preços:
Kia Proceed GT desde: 32.290€
Unidade ensaiada: 36.170€


Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!