
“Ambição de mudança”
O Peugeot 3008 é sinónimo de sucesso para a marca francesa, ponto de viragem e modelo determinante que influenciou muitas das suas decisões.
Agora, o modelo chega à sua terceira geração não cumprindo o conhecido mote de “equipa que ganha, não se mexe”. O 3008 mudou, sem medos, com a certeza de que continuará a ser uma referência no seu segmento.
A marca líder de mercado desde 2021 apresentou o seu novo SUV de segmento C, com o Peugeot 3008 a assumir agora uma silhueta Coupé, mais dinâmica e expressiva que, segundo a marca, é um sucessor digno para a carreira do modelo que, em Portugal, nas duas gerações anteriores somou quase 27 mil unidades vendidas.
No seu exterior, o modelo destaca-se pela sua dianteira mais robusta e de aspeto musculado, onde sobressaem os faróis Pixel LED com a nova assinatura luminosa de três garras, assim como a grelha na cor da carroçaria como encontramos em outras propostas da marca francesa.
O arrojo do desenho continua na lateral, com uma linha de cintura elevada (o que enfatiza a desportividade), num modelo que conta com jantes de 19 ou 20’’ polegadas, sem perder a sua imagem SUV graças a proteções inferiores em preto.
O spoiler flutuante na traseira e a superfície mais vertical são os pontos dignos de destaque quando observamos o novo 3008 desta perspetiva.
Em termos de dimensões, o modelo está 9,5cm mais comprido (4,54m), mais largo em 5,4cm totalizando 1,90m e mais alto em 2cm, com 1,64m. Ainda assim, conta com um diâmetro de viragem de apenas 10,6m, o que o coloca num dos melhores lugares do seu segmento.
Assente na plataforma STLA Medium, que se destaca pela eficiência, esta conta com um novo eixo dianteiro e traseiro, bem como uma elevada capacidade de acolher baterias de grandes dimensões, numa distância entre eixos mais curta.
Passando para o interior, o i-Cockpit é aqui celebrado uma vez mais, com uma nova evolução. Após 12 anos, a Peugeot continua a achar que esta solução é uma aposta ganha, para isso basta verificar que já conquistou 12 milhões de clientes no mundo inteiro. Portanto, talvez tenha razão.
O interior do novo Peugeot 3008 destaca-se pelo Ecrã panorâmico curvo, os i-Toggles estreados no 308, assim como um novo volante compacto. Os comandos da transmissão estão agora posicionados no tablier, junto ao volante.
Em termos de habitabilidade, o modelo continua a oferecer uma boa dose de espaço, suficiente para uma utilização familiar, com a bagageira a oferecer 520l (Dual Motor 470l) de capacidade.
Em breve, o modelo contará com a ajuda do Chat GPT nos comandos de voz naturais, graças às atualizações OTA (Over The Air).
Motores, Versões e Preços
Numa fase inaugural, o novo 3008 conta com uma gama composta por dois níveis de equipamento, Allure e GT, com ambos a contarem com três diferentes motorizações, todas elas eletrificadas.
Na base da gama está o Hybrid, sem necessidade de carregamento, composto por um motor térmico 1.2 PureTech e um motor de 21kW que oferece 136cv, conseguindo graças a uma bateria de 0,9kWh prometer até 50% de condução elétrica em cidade. Este tem como objetivo garantir a “fatia de vendas” que estavam anteriormente reservada à motorização gasolina e Diesel.
Depois, surge o Plug-in Hybrid com 195cv de potência total, conseguidos pelo conjunto entre o motor térmico 1.6 PureTech de 150cv e um motor elétrico de 92kW. A bateria conta com uma capacidade de 21kWh, o que lhe garante até 87km em ciclo WLTP de autonomia elétrica.
Em termos de carregamento, está disponível de série 3,7kW ou 7,4kW em opção, com a Peugeot a não oferecer a possibilidade de carregamento rápido…
Por último, mas muito longe de ser menos importante, está o E-3008, que de início está a ser oferecido com a potência de 210cv e uma bateria de 73kWh, prometendo uma autonomia de 527km.
Em 2025, é altura da chegada das outras duas versões do E-3008: o Long Range com 230cv e bateria de 98kWh, o que significa 680km e o Dual Motor que com dois motores garante 320cv, tração integral e uma autonomia de 525km.
Qualquer uma dessas versões conta com carregador de bordo de 11kW de série ou 22kW em opção, o carregamento DC pode ser feito até 160kW.
Quanto a preços, o 3008 Hybrid começa nos 37.150€ com o Plug-in Hybrid a custar desde 45.150€ e o E-3008 a pedir em troca 47.150€ para a versão Allure de 210cv.
Primeiro Contacto
Nesta nossa primeira vez com o novo modelo da marca francesa, fizemo-nos à estrada com a versão GT equipada com a motorização 100% elétrica de 210cv.
O modelo conta com um elevado nível de conforto de rolamento, assim como um comportamento bastante previsível. A posição de condução consegue ser agora mais fácil de encontrar já que o i-Cockpit não exige que tenhamos que fazer concessões para ver o painel de instrumentos na sua totalidade. Os bancos são confortáveis e oferecem um bom apoio quer ao condutor, quer ao passageiro.
No entanto, no capítulo da ergonomia, o novo 3008 deixou algumas dúvidas, nomeadamente nos comandos dos vidros dianteiros, assim como no ecrã que exige ainda alguma habituação, mesmo que os i-Toggles ajudem. O volante, conta com novos comandos que, embora não sejam hápticos, obrigam a um olhar atento para os conhecer, já que são diferentes de qualquer outra proposta da marca francesa.
Mas, no geral, a primeira impressão é positiva, num interior que sabe receber e onde passámos quase duas centenas de quilómetros de forma confortável e agradável, com uma boa conjugação de materiais.
Em termos de consumos, as apresentações não são o melhor local para as medir, já que tentamos explorar as várias facetas de um modelo num curto período de tempo. Ainda assim, deu para entender que o E-3008 não é muito “esfomeado” por kilowatts, já que, num percurso misto entre autoestrada e estradas sinuosas, conseguiu um valor de 18,3kWh/100km, utilizando os três modos de condução: ECO, Normal e Sport.
Para breve marcaremos encontro de novo com esta variante para um “Teste Completo” onde vamos explorar tudo ao detalhe, assim como nos vamos fazer à estrada para uma prova real de consumo.
No final, a ambição da Peugeot é que, com este novo 3008, consiga reforçar ainda mais a sua imagem de marca, assim como liderar o segmento C-SUV, numa altura em que a marca entra numa nova era elétrica. E nós, embora achemos que fazer um sucessor de um modelo tão importante é difícil, a sua “veia diferenciadora” e mais emocional poderá fazer com que este modelo continue nos Top de vendas do seu segmento.