
“Mudança de paradigma”
Não era há muito tempo, que os salões internacionais eram eventos onde as marcas não se poderiam dar ao luxo de faltar. Mas essa realidade mudou, e de há alguns anos para cá, muitas das marcas começaram por “saltar” salões quando as novidades (ou falta delas) não merecem a pena face aos elevados investimentos para participar nestes certames. Quem foi a um grande salão sabe do que falo, desde o aluguer dos espaços, ao contrato de pessoal, não falando dos stands megalómanos…
Em Paris 2018, foi constatado esse facto, onde muitas marcas faltaram, com Frankfurt a ver uma situação semelhante, subtraíndo mesmo um pavilhão em Setembro passado.
Agora chega a vez de Genebra, e a situação repete-se, de forma mais grave do que se pensava…
Uma das faltas que será mais sentida é a da PSA. Ou seja, das quatro marcas que incorporam o grupo (Peugeot, Citroën, DS e Opel) apenas a DS estará presente. Justificando o facto de não existirem suficientes novidades para que seja viável participar no salão, com muitas dessas a ficarem guardadas para o salão “jogado em casa”, o de Paris, em Outubro. A DS vai aproveitar, ainda assim, para apresentar em Genebra o seu novo topo de gama, a berlina DS9.
Para além disso há ainda muitas incógnitas, como é o caso da FCA, onde apenas a FIAT confirmou a sua presença, e onde irá apresentar ao público pela primeira vez o novo 500 totalmente elétrico, bem como os Fiat Panda e 500 Mild-Hybrid. Quanto à Alfa Romeo, Abarth e Jeep? Não se sabe ainda.
Na lista de faltas soma-se, para além da Peugeot, Citroën e Opel, a Ford, Land Rover e Jaguar, Lamborghini, Volvo e a Mini. Para além de todas essas, soma-se ainda as japonesas Mitsubishi e Nissan, que ao contrário das suas outras marcas da “aliança” (Renault, Dacia e Alpine) não irão participar. A americana Tesla também vai passar o certame suíço, mesmo com a chegada iminente do Model Y.
Isto mostra, de forma bem clara que a mentalidade das marcas se alterou face aos salões, preferindo eventos mais privados e dedicados ao cliente, são mais eficazes e menos dispendiosos.
Será que voltaremos a ver salões repletos de marcas?