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Ensaio MotorO2 – Honda CR-V 2.0 i-Vtec Active Top

Ensaio MotorO2 – Honda CR-V 2.0 i-Vtec Active Top
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“Contra a Corrente”

Os mais sensíveis que se preparem, porque este ensaio fará muita confusão aos leitores, devido a apenas duas palavras, que para o comprador Português, não se podem ver nem juntas na mesma frase: SUV a Gasolina…
Vamos descobrir se um SUV é mesmo sinónimo de gasóleo..


O SUV ou crossover em questão é o Honda CR-V,que vai agora para a sua quarta geração, já que foi lançado originalmente no ano de 1996 e que até agora já vendeu mais de 5 milhões de unidades em todo o mundo, o motor, esse é o 2.0 i-vtec que já iremos falar em pormenor.
A versão do Honda CR-V que me esperava no parque era a Active Top, na cor Branco Orchid Metalizado, o primeiro impacto visual é  agressivo, com uma silhueta mais elegante e agradável do que a do modelo anterior, impondo mais respeito na hora de ir para a “selva” de asfalto.Está agora também mais baixo 25mm o que ajuda a essa tal “agressividade” e que melhora também o seu comportamento.


A frente está agora mais arrojada e tem linhas mais vincadas, principalmente através da grande grelha negra com três barras cromadas que é de certa forma finalizada pelos grupos ópticos com dimensões algo generosas e que não podiam deixar de contar com os já obrigatórios LED diurnos, o para-choques dá a sensação de estar a “abraçar” a frente do CR-V, fazendo aumentar a sensação de robustez.


A lateral está agora mais elegante, com uma linha de cintura fluída e com uma grande superfície vidrada agora mais consensual que é rematada com um friso cromado, que para além de dar uma grande luminosidade ao interior, também dá ao CR-V um ar bem mais sofisticado e mais ao gosto Europeu, os frisos inferiores ao longo da carroceria, nas embaladeiras e nos para-choques dianteiro e traseiro, relembram-nos que estamos perante um SUV e dá-nos mais vez uma imagem de robustez.


A traseira, continua curva como na geração anterior, mas também mais limpa e harmoniosa, o ponto mais visível é mesmo na ligação entre o vidro e o plástico que alberga o simbolo da Honda e que esconde as luzes de matricula, essa ligação acontece de uma forma muito fluída. Os grupos ópticos verticais, continuam a ser uma “herança” vinda  do original, mas claro adaptado as exigências do mercado e bastante bem desenhadas, tornando o CR-V agora um automóvel agradável de olhar…
Mas acho que mesmo assim há uma opção que tem de ser incluída “quase” obrigatoriamente nesta versão e que melhora e bem o aspecto exterior do CR-V, as barras de tejadilho, dando um aspecto mais de “Jipe” e menos de monovolume.

Entrando no CR-V, encontramos um ambiente agradável e principalmente bem construído ,  que nos faz sentir que vai durar muitos e bons anos sem os irritantes ruídos parasitas, os materiais são bastante melhores e mais agráveis ao toque.


Outra das coisas que se nota quando se entra no CR-V, é a visibilidade e facilidade em chegar a todos os comandos, principalmente à manete da caixa de velocidades, bem na palma da mão e mesmo à altura do apoio de braços (que alberga também dois suportes para copos), aqui vê-se que o departamento da Honda of Americas fez o trabalho de casa, sim porque este Honda é um produto Global e que para o director de projecto, Sr.Nakagawa ” O CR-V é um dos pilares fundamentais da gama Honda”.
Tenho logo de seguida mais dois exemplos de qualidade, quando fecho a porta, já que tem um bater solido e robusto, e quando ligo o motor, o som é muito reduzido, a provar que o  isolamento está nos patamares mais elevados.

Começando o ensaio, temos de nos habituar as dimensões, e de ir no “1º andar”,a posição de condução é boa e a direcção é mesmo muito agradável e que nos mete à vontade, conjugada com a suspensão que nos faz sentir a bordo de um “tapete voador”, já o Sr.Nakagawa dizia: “Estou particularmente orgulhoso em relação ao momento inicial em que cada condutor experimenta o novo CR-V, senta-se, arranca o motor e inicia a sua viagem. Desde a primeira curva cada condutor pode comprovar a suavidade do veículo.”Só tenho a dizer que tem razão Sr.Nakagawa!

Continuemos a falar do interior do CR-V, o painel de instrumentos tem um “design” moderno, sem exagerar, e nota-se uma especial atenção aos detalhes. Como os acabamentos e materiais que não estão tanto à vista, e a faixa decorativa que “simula” um pedaço de aluminio, que disfarça mesmo muito bem, e que realça o posicionamento premium em que este CR-V se encaixa, e bem..


O espaço interior é abundante, a entrada e saida dos passageiros acontece de forma muito natural, o espaço é bom em qualquer das direções  já que os bancos foram rebaixados o que melhorou a posição de condução, e que dá mais a sensação de estar a conduzir uma carrinha, nos lugares traseiros, o terceiro lugar não está obstruído pelo túnel central, mas o mais importante nos lugares traseiros é mesmo o seu rebatimento assimétrico (60/40), que é feito apenas com um único toque, transformando o CR-V numa enorme carrinha (na minha cabeça servia de cama, numa enorme viagem à Europa, já que este CR-V dá vontade de conduzir e não parar…), com um volume de 1648 litros.


Bem, vamos agora à parte que pode impressionar os mais sensiveis, vou explicar o porquê de valer mais a pena a versão 2.0 i-Vtec à 2.2 i-Dtec, antes de mais, são as versões mais parecidas, Active Top e Elegance respectivamente e o 2.0 é 2WD e o 2.2 é 4WD, mas sobre tracção já falamos.
Vou apresentar a minha explicação em numeros:

Preço das versões sem despesas:Honda CR-V 2.0 i-Vtec 2WD Active TOP: 28.900Honda CR-V 2.2 i-Dtec 4WD Elegance: 42.900
Diferença de 14.000€
Agora, vamos lá,em média na Galp o litro da Gasolina está em 1.634 e o litro de gasóleo está em 1.399 (dia 5/6/2013), ou seja são 23 cêntimos de diferença por litro.
Vou desde já avançar que o CR-V 2.0 a gasolina fez uma média de 7,2l/100km, um valor simplesmente impressionante, tendo em conta a sua envergadura e a potencia do seu motor (155cv), o CR-V a gasóleo, pelos testes que foram feitos gasta em torno dos 6l/100km, então a diferença de custo por quilómetro é de apenas 0.03€.
Trocando isto por valores mais fáceis, se quisesse ficar com o CR-V, 6 anos, teria de fazer por ano, 69994km para que valesse a pena, se quer um diesel, espere pelo o 1.6 i-Dtec, a não ser que queira mesmo o 4WD. 

E aí, chegamos a outra questão, o CR-V não foi feito para o TT, cada vez se afasta mais desses caminhos, tem altura, pneus preparados para algumas incursões, mas nada que seja realmente necessário uma tracção as quatro rodas, ou seja é como usar capacete para andar a pé…A única razão é se tiver de puxar um atrelado, como um barco ou uma caravana, aí sim, vale a pena.

Vamos então falar do motor, que tanto merece, como já disse tem 155cv ás 6500 rpm e um binário de 192Nm ás 4300 rpm, o que notamos logo neste motor é a sua suavidade e silencio, a velocidade escala a um bom ritmo, e é bem mais fácil fazer bons consumos num motor como este, no percurso de teste que faço com quase todos os carros, com este no modo ECON, fez o (espetacular) consumo de 6,2l/100km, mas para sermos realistas,é de 7,2l/100km, o que a marca bem anuncia.

Sim, é mesmo possível…desde que não haja pressa de chegar ao destino

Aqui, penso que ficaria mesmo bem, já que é um Automóvel destes que dá vontade de conduzir com calma e serenidade, a caixa Automática de 5 velocidades, mas não vamos falar muito sobre isso, porque mudar duas mentalidades num dia é difícil  deixamos isso para outro ensaio.. 


A caixa que tinha neste ensaio era a de 6 velocidades manual, como conhecida na Honda, muito fácil de usar e bem escalonada, aproveitando bem a potencialidade do motor.
Em estrada, não se nota o elevado centro de gravidade, mantendo-se sempre composto mesmo em solicitações mais repetitivas, o equilíbrio é quase surpreendente para um carro com 1.806 kilos e 4,570 metros.

Fora de estrada, a superior altura ao solo (165mm) faz-nos ter vontade a descobrir onde vai dar aquele caminho no qual passamos todos os dias a caminho do trabalho, mas claro como disse, não é um TT, por isso a versão 2WD chega para a encomenda.
Quanto ao equipamento, é bastante completo, mesmo para uma versão que é quase uma entrada de gama, de destacar o A/C Auto e Dual, sensores de estacionamento frontais e traseiros e câmara de estacionamento traseira, volante e alavanca de velocidades em Pele.


Pontos Fortes: O motor, que impressiona logo que rodamos a chave, devido à sua suavidade de utilização e principalmente devido aos consumos que conseguiu atingir, 7,2l/100km.
Outro dos pontos fortes, é a Habitabilidade no interior do CR-V, a sensação de espaço é uma constante a bordo deste SUV Japonês.
A condução, desde a posição da manete da caixa, à sensação de condução de uma berlina e não de um veículo de maiores dimensões, terminando na direcção, muito fácil de usar, mesmo não sendo demasiado leve, que está no “ponto”.
Pontos menos Fortes: Como diz o nome, não são pontos negativos, por isso vou dizer que as barras de tejadilho deviam estar logo disponíveis de serie, já que complementam em muito o estilo do CR-V.
Os sensores de estacionamento, que parecem não funcionar sempre da mesma forma, já que por vezes são algo exagerados, apitando cedo e demais, outras, apitando só mesmo quando estamos em cima de algum obstáculo.
Mais uma vez, o Limitador de velocidade, ou como lhe chamo, Limitador de aceleração, já que em descidas, não limita a velocidade.
Conclusão: Eu não sou um fã de carros a gasóleo  confesso, mas desta vez até estava a dar o braço a torcer no inicio do ensaio, mas logo passado poucos quilometros vi que este é um motor que dá bem para a nossa realidade e que possivelmente será até o mais agradável de usar da gama CR-V. Este conjunto tem toda a lógica, a versão Active Top está bem equipada e a tracção 2WD não compromete, chegando para as necessidades, o Honda CR-V é uma opção mais que válida na escolha de um novo SUV.

Motor: CR-V 2.0 i-Vtec Active Top, 1997cm3; 155cv/6500rpm; 192nm/4300rpm. Caixa manual de 6 velocidades; Tracção dianteira; Consumo oficial: 7,2L/100 km; Consumo medido: 7,2L/100km; Comprimento: 4,570; Altura: 1,685; Largura: 1,820; Capacidade da Mala:589l; Capacidade do depósito:58l

Equipamento de Série:Jantes de Liga-Leve 17″; Faróis de Nevoeiro; Luzes Diúrnas; Volante Multifunções e Selector de Velociadade em Pele; Ar Condicionado bi-zona; Grelhas de ventilação para o banco traseiro; Ecrã Multifunções a Cores (i-Mid); Camâra de estacionamento, Sensores de estacionamento à frente e atrás; Radio Leitor de CD/MP3; Ficha de ligação AUX/iPod®; Limpa para-brisas com sensor de chuva; Faróis com sensor de Luz, Espelho interior com escurecimento automático; Alarme Anti-Roubo; Assitência à estabilidade do Atrelado (TSA); Sistema VSA; Função “Follow me Home”; Cruise-Control adaptativo com Limitador; Paragem Automática ao Ralenti; Hill Start Assist

Preço da versão ensaiada: 28,900€ (não inclui pintura metalizada, nem despesas de preparação e logística)

Texto: Rodrigo Hernandez

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!