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Citroën C4 Cactus 1.2 Puretech 110 EAT6

Citroën C4 Cactus 1.2 Puretech 110 EAT6
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“Lufada de um ar que continua fresco”

Quando soubemos que a Citroen ia fazer uma “profunda revolução” no seu Cactus, posso revelar que “tremi” só de pensar que poderiam estragar uma das propostas mais criativas, originais e mais bem-sucedidas da marca francesa dos últimos anos. Mas todos esses pensamentos foram por água abaixo, com este contacto que tivemos com a nova geração do C4 Cactus.

Ficou mais crescido, não em dimensões, mas sim em preocupação com o conforto, equipamento e segurança, já que agora este modelo tem a tarefa de substituir o “velhinho” C4.

Portanto, vamos lá começar a ver as diferenças deste modelo.

No exterior é visível uma maior aproximação às outras propostas da gama, talvez mais fácil de gostar para o público em geral, ao deixar “cair” os AirBumps, elemento que lhe dava um aspeto distinto e que fez saltar para a ribalta do panorama automóvel. Mas desengane-se se pensa que isso lhe tirou o carácter, já que continua com a capacidade de ser muito personalizável…

Seja nas molduras dos faróis de nevoeiro, nas capas dos espelhos ou nos muito mais pequenos Airbumps, estes contam com quatro packs de cor à escolha, que se unem às nove cores disponíveis que podem revestir a carroçaria, ou ainda às três tonalidades para as jantes, assim como cinco ambientes interiores. Ter um Cactus continua a ser sinónimo de individualidade…

A dianteira recebe faróis de maiores dimensões, assim como uma grelha maior e mais ao estilo dos C3 e C3 AirCross, sendo agora mais arredondada e “larga”. A lateral destaca-se pela questão óbvia, está bem mais “limpa” com o mesmo a acontecer atrás, já que também perde muito do espaço que tinha de plástico, ganhando novos grupos óticos de maiores dimensões, assim como novos para-choques. Sem nunca perder o seu aspeto de crossover irreverente, mesmo que agora seja a ‘Berlina C4 Cactus’…

O interior mantém-se muito ao estilo pré-restyling, ou seja, simples, jovem e confortável, com um tablier com linhas retas, mais baixo para uma superior visibilidade, e que se distingue por ter um pequeno painel de instrumentos, com as informações necessárias: velocidade, cruise-control, alerta de velocidade e mudança engrenada. No tablier destaque ainda para a manutenção do enorme porta-luvas no topo.

No entanto, podemos também ver os novos equipamentos, revestimentos e acabamentos, que lhe dão uma superior qualidade perceptível. No equipamento, destaque para os elementos de segurança com a travagem automática em cidade, deteção de ângulo morto ou mesmo alerta de saída de faixa de rodagem. Os revestimentos são novos, e destacam-se por novas tonalidades, que na nossa unidade era o Metropolitan Red.

Olhos mais atentos reparam que os bancos contam com novo desenho, mas mais importante que isso, uma espécie de esponja. Ora, bem-vindos ao Citroën Advanced Comfort, elementos que funcionam em conjunto para uma maior comodidade e conforto a bordo. No caso dos bancos foi usada uma nova espuma, mais densa e que acaba quase por ser semelhante a um “colchão viscoelástico”, já que mantém o nosso corpo no sítio, mesmo que estas poltronas não sejam as propostas com mais apoio do mercado, bem pelo contrário.

Para além disso, surge neste conceito a principal novidade da “segunda vida” do Cactus: Progressive Hydraulic Cushions, ou traduzindo, suspensões com batentes hidráulicos. Desta forma, a marca optou por unir as normais suspensões (mola/amortecedor) com novos batentes hidráulicos, que funcionam de forma “inteligente”, dependente das condições. Quando surge um ressalto mais brusco, ou a alta velocidade, os sistemas hidráulicos intervêm, de forma a dissipar a energia. Ou seja, evita o efeito de “ricochete”, absorvendo tudo isso. Em embates pequenos, como lombas pequenas a baixa velocidade, ou pequenas depressões, o sistema nem chega a ser ativado, funcionando como uma suspensão normal.

Na prática o sistema funciona brilhantemente bem! A Citroën conseguiu encontrar aqui uma boa solução de conforto, sem ter de optar pelas dispendiosas alternativas, como as suspensões hidropneumáticas (como a marca usou) ou ativas, como as usadas pelas marcas premium. Para além disso, também melhora a sensação de controlo direcional e estabilidade, com o Cactus agora a estar mais “preso” ao chão e não ser tão “levezinho” como antes.

Portanto, só pontos fortes neste campo!

Nesta unidade contámos com os préstimos do que é, para nós, o melhor grupo para animar este modelo. Trata-se do motor 1.2 PureTech de 110cv, conectado à caixa automática de seis velocidades (atenção, a variante de 130cv e caixa manual também é bem aconselhável), que dá uma grande descontração a um automóvel que nos transmite isso, qualquer que seja o caminho. O motor que desenvolve uma potência razoável, tendo em conta o baixo peso (1145kg), conta ainda assim com um binário máximo de 205Nm disponível logo às 1500rpm, que se mostram disponíveis e bem explorados pela caixa, que está também mais suave que anteriormente. Aqui, um “alerta à navegação”: esta caixa é uma verdadeira automática, e não uma pilotada, como foi no início de vida do Cactus…

Quanto a consumos, é óbvio que não chega aos números do frugal BlueHDi de 100cv, mas ainda assim conseguiu um consumo combinado de 6,3l/100km, o que é muito bom, ainda para mais com a nossa unidade a contar com poucos quilómetros. Para quem não se vê num automático, o C4 Cactus também pode contar com caixa manual, mas de 5 velocidades…

Foi uma boa evolução?

Claro que foi! O C4 Cactus ainda aguentava mais um ano de mercado, mas com o lançamento do C3 AirCross este modelo já ficava em conflito, portanto agora é mais racional, devido ao maior equipamento e conforto, sem perder a sua individualidade dada pela personalização ou pela sua imagem, que continua ainda a ser bastante “out of the box”, e ainda bem…

Citroën C4 Cactus 1.2 PureTech 110 EAT6 Shine

Especificações:
Potência – 110cv às 550rpm
Binário – 205Nm às 1500rpm
Aceleração dos 0-100 (oficial): 10,6s
Velocidade Máxima (oficial): 188km/h
Consumo Combinado Anunciado (Medido) – 5,3l/100km (6,3l/100km)

Preços:
Citroën C4 Cactus desde: 19.007 €
Preço da versão ensaiada :€

Carrega nas fotos e vê este Citroën C4 Cactus em detalhe:

Novo C4 Cactus 1.2 Puretech 110 EAT 6
16.4 Pontos
O que gostámos mais:
- Conforto - Desenho exterior - Preço e consumo - Motor
O que gostámos menos:
- Alguns Materiais - Acesso à mala (piso fundo)
Resumindo e concluíndo:
O C4 Cactus foi "re-inventado" da melhor maneira possível. Vivendo agora a segunda parte da sua adolescência: com mais equipamento, mais conforto e uma superior preocupação com a segurança. Com este motor/caixa torna-se, muito possivelmente, a escolha mais lógica.
Motorização16.5
Perfomances15
Comportamento17
Consumos17
Interior17
Habitabilidade16.5
Materiais/Qualidade de construção15.5
Equipamento de Série17
Value for Money16.5

“A pontuação acima é totalmente da nossa opinião. Esta, tem a ver com o modelo e versão ensaiadas, tendo em conta o segmento onde a mesma se insere.”

Legenda da pontuação:
0-5: Mau;
6-10: Satisfaz Pouco;
11-15: Razoável;
16-17: Bom;
18-19: Muito Bom;
20: Excelente;

 

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!