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Renault Clio R.S. Trophy 220 (Phase II)

Renault Clio R.S. Trophy 220 (Phase II)
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“Pikachu Nervoso”

O Renault Clio RS teve, tal como o resto da gama, um restyling de meia idade, e nós vamos descobrir o que mudou neste poderoso pequeno-desportivo da marca francesa. Mas antes vamos explicar o porquê deste nome para o ensaio. Acho que todos sabemos que o Pikachu é o Pokemon mais famoso, de cor amarela, e que conta com um “corpo” bastante compacto mas cheio de força, tal como este Renault Sport!

A secção dianteira foi a que demonstrou mais alterações no exterior. Os faróis passaram a contar com o novo sistema LED Vision, que oferece uma maior luminosidade em circulação noturna. O pára-choques foi redesenhado, e está agora mais largo, com as luzes de apoio (diurnas, máximos e de curva) R.S. Vision, vindas directamente do concept R.S 16 que foi desejado por muitos, já que usava o motor 2.0 Turbo do Megane e uma caixa manual de seis velocidades. Era tão aliciante que, quando foi divulgado que não seria produzido, deixou uma larga legião de fãs absolutamente desolada.

No exterior, as jantes de 18” ganharam um novo desenho, e na traseira, o nome Clio desapareceu ao centro e os farolins passam a contar igualmente, tal como na frente, com a tecnologia LED e uma formato luminoso em C.

Passando para o interior, as diferenças foram mais ténues, mas igualmente importantes. Os materiais e montagem, como nas outras versões, foram melhorados. Tomando por exemplo a pega das portas, agora revestidas num material mais agradável ao toque. A posição de condução é fácil de encontrar, com o sistema de telemetria R.S Monitor a continuar presente. O espaço interior é igual ao de um outro Clio, ou seja, é um desportivo prático, com a bagageira a contar com 300l de capacidade.

Outra novidade no Clio é que a versão Trophy passou a estar permanentemente na gama, já que anteriormente era uma edição limitada, e conta com mais 20cv que o “regular” Clio R.S, passando a ter 220cv, enquanto fica mais baixo 20mm na frente e 10mm atrás, graças aos chassis Cup.

É altura de o ligar…

O ronco do sistema de escape Akrapovic, um opcional, faz-se ouvir bem no interior da garagem, e logo nas primeiras curvas voltamos a relembrar o excelente controlo de chassis. Esse será sempre o seu ponto mais forte. Muito comunicativo, é um autêntico herdeiro da Renault Sport, e isso dá-lhe uma grande sensação de aderência, graças à direcção rápida e que transmite um bom feedback, tornando-o bastante ágil.

Para alguns, o “tendão de aquiles” do Clio R.S será sempre a caixa EDC de dupla-embraiagem.

Nós, no MotorO2, testámos todas as versões do Clio R.S, e se passarmos directamente do primeiro Clio RS IV para este, conseguimos ver que as coisas evoluíram e bem! Esta transmissão está bastante mais decidida, e o curso das próprias patilhas está mais curto. Neste momento, a única coisa que pode chatear os puristas é apenas a possibilidade de não existir uma opção manual.

Esta transmissão é eficiente, e com passagens rápidas no modo Sport. O escape em titânio dá um ar de sua graça, com um som característico… e viciante! O motor 1.6 Turbo continua agradável de usar, estando bem vivo até ao seu regime máximo. O R.S Monitor avalia as acelerações de 0 aos 100km/h e não mente, o Clio R.S Trophy cumpre essa tarefa em apenas 6,6s!

Apesar do tempo bastante tempestuoso, o chassis brilhou, e a chuva deixou demonstrar que este automóvel foi mesmo bem nascido nesse campo, conseguindo ser bastante divertido de conduzir. A inserção em curva é quase mágica, com a frente a apontar precisamente para onde queremos, sem hesitar. Usámos a palavra mágica porque o Clio R.S não conta, efectivamente, com nenhum diferencial mecânico. O R.S Diff foi patenteado pela Renault Sport, e melhora consideravelmente o poder de aceleração e de aderência em curva e na saída delas.

Este sistema analisa permanentemente a diferença de rotação das rodas dianteiras, comparando-a com a rotação das rodas traseiras. Quando uma diferença é perceptível nas rodas dianteiras, significando que uma vai começar a patinar, o R.S Diff actua, através de micro travagens na roda dianteira com mais rotação, actuando antes mesmo da entrada do controlo de estabilidade.

As vantagens são variadas, primeiro, um inferior consumo de combustível devido à poupança de peso, depois, uma intervenção sem redução de binário e praticamente imperceptível.

Resta falar do RS Drive, sistema que permite a escolha de três modos de condução: Normal, Sport e Race. Estes modificam vários parâmetros: seja o regime de ralenti, a progressividade do pedal de acelerador, sonoridade de escape, assistência da direcção, rapidez da caixa e launch control!

O preço desta versão começa nos 32.200€, mas somam-se duas opções quase “obrigatórias”, como é o caso da linha de escape Akrapovic (1.200€) e a pintura metalizada Amarelo Sirius (1.600€), a que fica melhor neste modelo. Se adicionarmos ainda os sensores e a câmara de marcha-atrás, o Clio R.S. Trophy em ensaio passa ligeiramente dos trinta e cinco mil euros!

Ainda assim, o Clio R.S. é um dos hot-hatch mais viciantes do mercado! O consumo não será o que a marca promete, mas isto acontece porque não conseguirá ficar indiferente ao som que o escape emana, pedindo trocas de caixa desnecessárias. O conforto também não será impressionante, mas acredite que fará curvas de uma forma irrepreensível, arranques vigorosos e sairá de cada viagem com sorriso no rosto.


Renault Clio R.S. Trophy 220 EDC

Especificações:

Potência – 220cv às 6050rpm
Binário – 260Nm às 2000rpm
Aceleração dos 0-100: 6,6s
Velocidade Máxima oficial: 235km/h
Consumo Combinado Anunciado – 5,9L/100km
Consumo Combinado Medido – 8,9L/100km

Preços:

Renault Clio R.S. Trophy desde: 32.200€
Preço da viatura ensaiada : 35.350€


Renault Clio R.S. Trophy
16.2 Pontos
O que gostámos mais:
- Sistema de escape Akrapovic
O que gostámos menos:
- Consumos
Resumindo e concluíndo:
O Renault Clio R.S. já tem um lugar cativo nos hot-hatches compactos, o restyling não lhe alterou nada em termos dinâmicos, que para ser verdade não precisava. Mudou nos revestimentos interiores e ganhou uma frente alterada. O Trophy é a versão que poderemos querer, tem mais cavalos, conduz-se melhor e tem uma imagem mais agressiva.
Motorização18
Perfomances18
Comportamento19
Consumos12
Interior15.5
Habitabilidade18
Materiais/Qualidade de construção15.5
Equipamento de Série15
Value for Money15

“A pontuação acima é totalmente da nossa opinião. Esta, tem a ver com o modelo e versão ensaiadas, tendo em conta o segmento onde a mesma se insere.”

Legenda da pontuação:
0-5: Mau;
5-10: Satisfaz Pouco;
10-15: Razoável;
15-17: Bom;
17-19: Muito Bom;
19-20: Excelente;

Fotos: Rodrigo Inocêncio

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!