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Honda Civic 1.5 i-VTEC Turbo Sport Plus

Honda Civic 1.5 i-VTEC Turbo Sport Plus
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“Pré-treino”

O Honda Civic é um automóvel diferente. Conta com características únicas, bem como um design diferente do resto do segmento, disponível nas variantes de Hatchback e Sedan de quatro portas. Podemos dizer que este modelo é agora um “gourmet” que procura o gosto dos seus apreciadores. Em ensaio, está a versão Sport Plus, equipada com um motor que, se recuarmos menos de 10 anos, está praticamente ao nível de um Civic Type-R, ou seja, o 1.5 Turbo de 182cv.

Esteticamente falando, e se personificássemos este Civic, ele seria uma pessoa que não queria saber do que os outros acham dele, vestindo-se como quer, mas sempre atento as tendências. É isso mesmo, o Civic continua (como nos tem habituado desde a 8ª geração) a ser bastante extrovertido, com um desenho ainda mais desportivo. Na sua dianteira destacam-se os faróis rasgados, com um “olhar samurai” que se junta com a grelha negra situada mais abaixo que o normal, com um para-choques com entradas de ar generosas e um desenho dinâmico. Analisando a sua silhueta, o Civic parece, num primeiro olhar, estranho. A frente flui muito bem até ao pilar B, mas depois disso apresenta uma queda abrupta até à sua traseira. É um daqueles casos em que fica sempre melhor de ¾, mas é como dissemos, o Civic não quer saber disso, já que vai ter muitas outras vantagens.

“O Civic dizia-te assim: Não gostas de mim? Então não olhes!”

A traseira continua com dois pontos que marcam o seu design: o óculo traseiro dividido, que oferece uma melhor visibilidade, face às duas últimas gerações; e os farolins LED em C que se unem a esse spoiler, que desta vez tem uma função aerodinâmica incrementada. Claro que o destaque vai obviamente para a dupla ponteira de escape nesta versão, a lembrar que este Civic (não fosse o Type-R) podia ser um desportivo. O para-choques traseiro apresenta também um elemento difícil de gostar, com as “aberturas” que funcionariam como saída de ar, falsas. Honda, não havia necessidade…

“Pronto, se tínhamos de falar mal, já falámos tudo, porque daqui para a frente, são só boas notícias…”

O habitáculo, ao contrário do exterior, opta agora por um desenho mais consensual e “crescido”, e de bónus, oferece uma posição de condução mais baixa e perto do solo, o que se destaca pela positiva. Isto porque a pedaleira está muito bem posicionada, bem como o volante de boa dimensão e espessura, e a caixa de velocidades, que conta com uma alavanca com um tato exemplar e sensação mecânica, liga-nos de uma boa maneira com a máquina.

Bem construído, como é apanágio da marca, conta com um painel de bordo muito futurista, totalmente digital e personalizável, que nesta versão contava com o fundo em vermelho (ler ensaio ao Civic 1.0), puxando ainda mais por essa sua veia desportiva. Ao centro do tablier encontramos o ecrã que acumula muitas das funções necessárias, muito completo e a necessitar de alguma habituação, principalmente nos seus comandos tácteis. Abaixo, alguns dos comandos da climatização, que encontram apoio nesse mesmo ecrã que está acima.

A consola central mostra algo que se tem vindo a interiorizar no segmento e na indústria, a substituição do travão de mão convencional por um elétrico, fator que nos dá um maior espaço de arrumação, que no caso deste Civic é enorme, com um outro atrás do tablier.

“Cresceu no interior e está mais adulto, com uma melhor posição de condução e até conta com um carregador de indução para smartphones”

O espaço a bordo para os passageiros está num bom plano em termos de espaço para as pernas, mas também em largura, graças ao aumento de dimensão face à geração anterior. Já o espaço para a cabeça dos ocupantes traseiros sai um pouco beliscada devido ao design exterior, fator que se espera não existir no sedan. Os ‘bancos mágicos’ da Honda desapareceram do Civic, característica herdada do Jazz nas duas últimas iterações do modelo, que deu agora lugar a uma suspensão traseira mais evoluída e que dá uma melhor e mais dinâmica condução do modelo. Além disso, destaque para os bons 478L de capacidade da bagageira, um ótimo valor tendo em conta este modelo ser um Hatchback.

A dinâmica é o seu ponto forte. O Civic é um automóvel que apetece ser conduzido, um dos mais dinâmicos da sua categoria, com um excelente feedback que vem da direção e que nos dá uma confiança extra na hora de enfrentar uma estrada mais sinuosa, onde se mostra ágil e seguro. Nota-se a melhoria no eixo traseiro que voltou agora a ser multibraços ao invés do eixo de torção. Graças a isso, a traseira segue bem o que o eixo motriz faz, parecendo que o Civic anda sobre carris.

 “Não me admirava que num troço de estrada igual, este “normal” Civic 1.5 Turbo fosse mais rápido que um Civic Type-R de 8ª geração…”

O conforto continua a ser, ainda assim, uma preocupação. Para isso, a Honda dotou o Civic de uma suspensão variável, com um modo Normal e Sport. A última faz com que a suspensão tenha menos ‘rebound’ e com isso, uma sensação de maior controlo e menor adornamento em curva. A finalizar tudo isso, vem o motor, este 1.5 VTEC Turbo de 182cv, que conta com um bom pulmão, mas acima de tudo com um binário de 240Nm, disponível numa larguíssima gama de rotações (entre as 1900 e as 5500rpm), o que dá sempre uma boa resposta, qualquer que seja a relação engrenada. Graças a isso, a entrega de potência é rápida e linear, com uma grande suavidade. O Civic aumenta rapidamente de velocidade, como é perceptível através do arranque dos 0 aos 100km/h, feito em apenas 8,3s (na prática parece mais rápido), e uma velocidade máxima que ascende até aos 220km/h, números quase de um desportivo.

Ainda assim, o Civic 1.5 VTEC Turbo preocupa-se com a eficiência, como é normal. Não faz os consumos que a marca declara, não é um automóvel poupado, mas a diferença face ao 1.0 Turbo é pouca. No final do ensaio, o “nosso” Civic marcava 7,0L a cada cem quilómetros, sendo este um automóvel com mais de 180cv…

O equipamento é muito completo, com uma grande gama de equipamentos de segurança, como é o caso do alerta de colisão dianteira, que incorpora mesmo a travagem de emergência em cidade, o alerta de saída de faixa de rodagem, bem como equipamentos de ajuda à condução, como os sensores de estacionamento dianteiros e traseiros ou a câmara. O cruise-control adaptativo com limitador, ar condicionado bi-zona, navegação, bem como o tal carregamento de smartphones por indução é de série nesta versão, que tem um preço tentador de 33.710€.

Portanto, o Civic 1.5 VTEC Turbo, nesta variante Sport Plus, é uma porta de entrada para um “desportivo com maneiras”. Não tendo a brutalidade do Civic Type-R, é, sim, uma rápida maneira de se deslocar com conforto. A sua estética não agrada a todos, mas é uma alternativa diferente do resto dos seus concorrentes, que não têm decididamente um comportamento dinâmico tão acentuado.

Honda Civic 1.5 i-VTEC Turbo Sport Plus

Especificações:
Potência –182cv às 5500rpm
Binário – 240Nm às 5000rpm
Consumo Anunciado (Medido) – 5,8l/100km (7,0l/100km)
Aceleração 0-100km/h (oficial): 8,3s
Velocidade máxima (oficial): 220km/h

Preços:

Honda Civic desde: 23.300€*
Preço da versão ensaiada: 33.710€*

*consulte condições da campanha em Honda Automóveis Portugal ou nos concessionários da marca.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!