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Volvo XC60 T8 PHEV R-Design

Volvo XC60 T8 PHEV R-Design
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“Eletrizante”

O XC60 é, como já aqui afirmámos, uma das propostas mais importantes da marca, que ajudou ao renascimento da Volvo, tirando-a daquele injusto lugar onde se encontrava no começo dos anos 2000. Depois de ser o automóvel mais vendido da marca, arrecadou já nesta sua segunda geração o galardão de “World Car of the Year”, bem como novos atributos, que lhe deverão garantir uma carreira promissora.

A proposta que hoje temos em ensaio é especial: trata-se de um passo em direção ao futuro, uma outra realidade para lá do diesel, e que pretende combater de uma forma lógica, mas também emocional, este tipo de combustível. Lógica devido ao seu baixo consumo e emissões, emocional devido às suas prestações, sendo este, a par dos outros “Twin-Engine” da marca, o modelo mais potente da Volvo, com 407cv de potência combinada.

Antes disso, a estética. Esse importante fator passou a ser outro dos pontos de destaque da construtora, com uma simplicidade que se une a um dinamismo e fluidez fáceis de gostar. A dianteira elevada, é inspirada no maior SUV da gama, o XC90, mas em linha com o ‘benjamin’ da família, o XC40, onde em qualquer um deles a imagem de marca é inegável. A lateral assume uma postura dinâmica, realçada nesta versão R-Design, com os para-choques e saias a serem mais agressivos, o que em conjunto com as jantes de 21’’ e pormenores em cinzento acetinado, tornam esta unidade no centro das atenções. Nesta versão ‘plug-in hybrid’, o XC60 T8 é praticamente incógnito, apenas se destacando pelo segundo bocal de “combustível” montado junto à porta do condutor, e que “abastece” os 10,4Kw da bateria elétrica de 88cv.

Falar de um Volvo sem falar no seu interior, é o mesmo que ir ao Ikea e não levar um lápis no bolso. Portanto, estamos a bordo de um dos mais confortáveis e elegantes interiores na indústria automóvel, onde os materiais contam com um bom toque, assim como montagem. Ao centro do habitáculo, o enorme tablet controla a maior parte das funções de forma lógica e ergonómica. A posição de condução é correta, com um painel de instrumentos que informa ao condutor tudo o que é necessário, podendo ser ainda personalizado. Aqui, notamos uma das duas diferenças deste ‘plug-in’: a falta de conta-rotações no modo ‘Hybrid’, um dos seis que podem ser escolhidos. Ao lado desse seletor, encontra-se “o cristal”, que veio substituir a manete da caixa automática, passando a ter um formato e acabamento bem mais luxuoso e fora do normal.

Sendo um SUV, está vocacionado para uma vida familiar, portanto o espaço a bordo está em bom nível, se bem que nos bancos traseiros é preferível o transporte de apenas dois passageiros, já que o enorme túnel central dificulta a tarefa ao 3º passageiro. Excetuando isto, as quotas são boas, e não se poderá sofrer de claustrofobia a bordo deste XC60, mais ainda se contar com o luminoso teto de abrir panorâmico. A bagageira, sendo uma versão híbrida, perde um pouco de capacidade, apresentando 468L, menos 37L que o XC60 “de combustão”.

Passamos para a condução, e aqui falamos também da “engorda” deste ‘plug-in’: mais 123kg que o XC60 D5 AWD, é muito? Não se nota, porque mal carregamos mais forte no acelerador, sentimos a aceleração expedita, graças ao binário total de 640Nm que nos “catapulta” dos 0 aos 100km/h em pouco mais de cinco segundos. Mais impressionante são as recuperações de velocidade, assim como a sua suavidade, graças à transmissão automática de 8 velocidades.

O motor elétrico pode trabalhar de três formas. No modo Pure, “esprememos” o máximo dos 35km de autonomia anunciada (fizemos 32km); no Hybrid, o XC60 “escolhe” quando deve usar a energia, o que é, caso não existam sempre postos de carregamento, o mais lógico, pelo que foi neste modo que circulámos a maior parte do tempo. Existe ainda o modo Power, que serve para mostrar aos amigos, que este SUV se mexe, e consegue fazer com que os números do velocímetro rodem tanto como os da bomba da gasolina.

Por falar em gasolina, falamos obviamente de consumos. A marca anuncia 2,1l/100km, mas isso apenas num mundo perfeito. É possível, com muitos cuidados e gerindo tudo da melhor maneira, ficar pouco acima dos 6l/100km, mas para quem tem mais de 400cv debaixo do pé direito, é complicado, e algo pouco lógico.

A nossa média ficou, ainda assim, em números muito bons, com 7,3l de gasolina por cada cem quilómetros, pouco mais do que o diesel mais potente, que tem “apenas” 235cv.

Sim, gasta mais e é mais caro, é verdade, mas é inegável a superior performance e melhor experiência de condução a bordo deste Volvo. Se conseguir ter sempre uma ficha elétrica disponível no seu destino ou local de trabalho, e se o percurso for de pouco mais de 60km por dia, saiba que gasolina é algo que não vai consumir ao longo da semana! Tudo se torna mais lógico quando este XC60 “ecológico e desportivo” custa apenas mais 2000€ que o diesel que tem menos 172cv de potência…

“Mesmo assim, insiste com o diesel?”
Conheça então o Volvo XC60 D4 com 190cv

Volvo XC60 T8 PHEV R-Design

Especificações:
Potência combinada – 407cv às 6000rpm
Binário combinado – 640Nm às 2200 ~ 4800rpm
Aceleração dos 0-100 (oficial): 5,3s
Velocidade Máxima (oficial): 230km/h
Consumo Combinado Anunciado (Medido em andamento normal) – 2,1l/100km (7,3l/100km)

Preços:
Volvo XC60 T8 desde: 67.699€
Preço da versão ensaiada: 85.282€


Carrega nas fotos e vê este Volvo XC60 T8 em detalhe:

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!