Home Ensaios Renegade Roadtrip 16′

Renegade Roadtrip 16′

Renegade Roadtrip 16′
0
0

”Parabéns Jeep, vamos festejar?”

Foi num mês muito quente de Julho, como este que acabámos de passar, que em 1941 que surgiu a marca Jeep. E de maneira a comemorar os seus 75 anos, resolvemos organizar uma pequena viagem entre Portugal e Espanha a fim de celebrar a bonita idade de uma das marcas automóveis mais especiais e originais presentes actualmente no nosso mercado.

O plano é simples: sem pressões, vamos apreciar a paisagem, descobrir novos caminhos e estar sempre conectados com a natureza.

Como nosso companheiro de viagens, não levámos o “original” Wrangler por razões de economia de combustível, mas sim o Renegade, que é um verdadeiro Jeep mais dirigido às massas. Este é um modelo que pode muito bem ser o preferido lá de casa, preparado para enfrentar a selva…urbana!

Já ensaiado por nós em duas ocasiões, conseguiu deixar boas indicações e tem tudo para ser o excelente companheiro de viagem que nós procuramos.

Por isso, aqui vamos nós!

Depois do almoço, partimos da região vinícola de Palmela em direcção a Mértola, utilizando a autoestrada A2 até Grândola, poupando algum tempo e evitando a nacional que encontra em péssimo estado. Um desvio que não nos leva muito do orçamento, já que este Renegade quando equipado com Via Verde passa a pagar classe 1, tendo estes 80 quilómetros custado 6,20€.

Daqui para a frente surge a nacional, tipicamente alentejana com os seus tons cremes e um calor imenso. O Renegade é recebido nestas planícies com o termómetro a passar dos 40º. Passadas Ferreira do Alentejo e Beja, conseguimos ao fundo ver a Serra da Alcaria Ruiva, junto do Pulo do Lobo. Não hesitamos em subir por um caminho para ver a vista sobre a planície. Com cuidado, mas desenvoltura, o Jeep Renegade começa a subir pelo cascalho solto até às antenas, onde a vista é a que podem ver abaixo…

A paragem em Mértola é obrigatória para esticar as pernas e apreciar a paisagem que esta bonita vila nos proporciona sobre o Rio Guadiana.

E por falar em água, um mergulho já vinha a calhar…

Descendo, voltamos à nacional e com destino a Castro Marim, mais precisamente a Altura onde passaríamos a noite, e onde a praia nos espera. O desejo de um mergulho no mar foi uma constante, dado era o calor que se fazia sentir ao longo do percurso. Como quase todo o Algarve, ao chegar reparamos que esta freguesia com pouco mais de 1000 habitantes locais se transforma com a chegada dos veraneantes, embora mantenha mesmo assim alguma da sua calma, com muito menos turistas do que em outros locais da costa algarvia.

Apetece-me um bife…

Depois dos primeiros 300km feitos e de uma praia fantástica, é normal que o apetite apareça e que me venha à ideia um bom bife da vazia (desculpem-me vegetarianos, mas é uma coisa muito boa). E por estas bandas, o local ideal para ter um repasto como este é junto de um antigo apeadeiro. O Restaurante D.Rodrigo é um local conhecido e que junta todos os anos grupos de amigos e família que aqui fazem as suas férias, com os habitantes de Altura. Um local a visitar se gostam de boa mesa!

Hora de ir dormir, e meter o despertador bem cedo…

Dia 2

O calor quase que vencia o despertador na tarefa de acordar, ainda não são 8 da manhã e o termómetro já marca mais de 25º! Arrumamos novamente as malas e partimos à aventura, à primeira grande tirada até ao nosso destino, Ronda, Málaga.

Passando a ponte que nos liga a Ayamonte, estamos em Espanha e apanhamos a Autovia que nos leva até Sevilha. Pelo caminho, paramos numa área de serviço e reparamos que se quiser encher os pneus do seu automóvel ou utilizar a água, paga 1€ por cada 5 minutos de utilização. Se a moda pega cá…

Sevilha é uma das maiores cidades espanholas, que nos recebe com um transito moderado, mas que não deixa de ser um corrupio tipicamente espanhol. Daqui convergimos em direcção a Ronda e depois só posso dizer: que estradas!

As paisagens começam a ficar cada vez mais dramáticas, com os grupos montanhosos a vislumbraram-se ao longe. Baixos, mas pronunciados, assumem formas espectaculares, numa especie de “Grand Canyon dos pequeninos”. Chamados de Cordilheira Bética, são um conjunto de montanhas que se estendem a sul da península, desde o golfo de Cádiz até Alicante.

Mas é nestas curvas encantadas, a 45 minutos do nosso destino que encontramos uma pérola preciosa e que merece um desvio. Falo-vos de Zahara de la Sierra, uma pequena aldeia que fica na província de Cadiz e que tem uma paisagem de tirar o fôlego.

Este outrora importante entreposto comercial Mouro tem lugar junto da Sierra de Jaral, mas eleva-se mais alto, sendo rodeada pelas aguas azuis bem claras do reservatório de água Zahara-el Gastor, onde também temos disponível um centro de desportos náuticos. Mas vir a Zahara, obriga a uma longa subida até à torre de vigia (Torre de Homenaje), de onde podemos ver algumas ruínas do século XIV.

Seguimos os passadiços até encontramos uma vista de 360º sobre a região e o vasto lago azul, um verdadeiro regalo para os olhos. Valeu bem a pena, mesmo com os escaldantes 41º que não ajudaram à subida…

Voltamos ao Renegade (agora quentinho) e percorremos os últimos quilómetros até Ronda. A estrada em excelentes conduções, juntamente com as boas curvas e as paisagens espectaculares fazem com que cheguemos rapidamente até ao Camping El Sur, um parque de campismo muito bem equipado e organizado, localizado a apenas 2km de Ronda, a nossa cidade comemorativa destes 75º da Jeep!

Depois da “árdua e difícil” tarefa de montar as tendas no nosso espaço, é de altura conhecer melhor este que é um dos ex-libris do sul de Espanha e que tem vindo a receber cada vez mais turistas.

Esta cidade espanhola faz parte da comunidade da Andaluzia, sendo a sua população de pouco mais de 35 mil habitantes e tem um formato diferente do normal, já que se ergue a 739 metros do nível do mar, e está dividida a meio por um precipício, onde passa o rio Guadalevim. Ai tem lugar o maior símbolo da região, a Ponte Nueva, um exemplo do que o Homem é capaz de fazer com visão, engenho e determinação.

As vistas são espantosas e a cidade é bastante pitoresca, com muitos pontos de atracção, como a Igreja Matriz e os palácios de Mondragón e do Marquês de Salvatierra. Esta é também para muitos, a cidade-berço das touradas, mas não fomos por esse campo.

Fomos sim pelas suas estradas, já que a cordilheira de Ronda oferece-nos uma espécie de “miradouro com curvas” que atravessam as montanhas vizinhas.

De regresso ao nosso acampamento, esperamos pelo chegar da noite, na piscina aquecida pelos raios quentes da tarde. O Renegade já conta com mais 650km feitos, sem mácula, oferecendo sempre a hipótese de encontrar caminhos fora de estrada que nos oferecem vistas especiais como vão ver de seguida.

Isto porque Ronda, sendo uma cidade turística ganha outra vida à noite, as luzes que iluminam a cidade assumem um espírito jovem, com os “botequillos” cheios de turistas prontos a desfrutar da cerveja mais fresca. Nós ficamos satisfeitos por encontrar o caminho mais fantástico para ver a Puente Nueva ao anoitecer.

Esta ponte do século XVIII estende-se por mais de 500m de comprimento, ligando as duas partes de Ronda, a uma altura impressionante de 98metros. Data de 1793 e levou 43 anos a ser construída!

A noite continua no El Sur, com um céu estrelado e quente. dentro da tenda planeamos o caminho para amanhã.

Dia 3

O dia amanhece mais fresco, e ainda bem! Arrumamos tudo, tomamos o pequeno almoço no Jeep e decidimos que o ultimo destino em Espanha seria Cádiz. Fazemos assim os 150km que nos separam da mais antiga cidade do Mundo Ocidental, fundada pelos Fenícios há 3.000 anos!

A sua localização permite-lhe ser um ponto de ligação privilegiado com o resto do mundo. Foi por exemplo daqui que Cristovão Colombo partiu rumo a muitas das suas aventuras, tal como o nosso Jeep. Pronto, talvez aventuras maiores…

O ambiente portuário, sente-se em parte da cidade, com a outra a fazer lembrar um cenário de um mundo mais árabe, ainda para mais com a neblina que se fazia sentir.

Com 135 mil habitantes, não se pode dizer que Cádiz seja uma cidade populosa, mas é bastante rica, seja nos seus monumentos, seja no saber receber, com muitos cafés e locais ricos e cheios de história. A gastronomia é boa, ou esta não fosse também uma cidade piscatória…

Mas o almoço não é aqui, nesta bonita cidade, por isso seguimos os cerca que 300km que nos separam de Portugal, pelo mesmo sitio de onde viemos. A paragem será em Castro Marim para o almoço, onde já esperam por nós.

Contamos episódios de viagem, falamos de onde poderíamos ter ido e o que faltou fazer. Mas no geral, em três dias vimos muitos locais desconhecidos e paisagens que vão ficar para sempre gravadas na memória, com a vontade de voltar. O Jeep Renegade revelou-se sempre bastante disponível com o seu motor 1.6 M-Jet de 120cv.

Foi um companheiro de viagem bem escolhido, que mostrou que o futuro da Jeep deve ser nostálgico, recebendo também as novas tendências e englobando-as da melhor forma, sendo o Renegade a prova disso mesmo. Conforto e espaço foram duas premissas que nunca faltaram. Os consumos foram bastante razoáveis tendo em conta o andamento e o percurso. Um automóvel que se mostra uma vez mais ser uma optima proposta!

Dados da viagem Renegade Roadtrip 16′
Palmela – Altura – Ronda – Cádiz – Alcochete:

Distância percorrida: 1458,2km
Consumo médio l/100km: 6,1

Tempo de condução: 20h:07min:54s

Portagens:
Palmela – Grandola:

Grandola – Alcochete:

Custo de combustível em Espanha: 1,04l por litro
Exemplo: 40.00 € a 1,04€/l = 38,46l (equivalente +/- 620km)

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!