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Renault Koleos Initiale Paris

Renault Koleos Initiale Paris
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“Renascimento”

O nome Koleos surgiu pela primeira vez no Salão de Genebra, no ano 2000, como um concept de um SUV, algo que na altura ainda era muito futurista e visto como um segmento de nicho. Seis anos depois, em 2006, chegou a versão de produção, talvez demasiado cedo, devido à sua fraca carreira comercial. O modelo teve o apoio da Nissan na altura do seu desenvolvimento, e partilhava o seu design e plataforma com o Samsung QM5, sim, essa é uma marca que representa a Aliança na Coreia do Sul.

Agora, cerca de uma década depois, o Koleos volta, e o que mudou?

Primeiro, o panorama. Os SUV são hoje um segmento em espectacular crescimento, com os clientes dos monovolumes, e principalmente carrinhas, a procurar uma destas propostas.

Aqui, começamos a compreender a “razão de ser” do Renault Koleos, esta é a terceira oferta premium da marca, depois do Talisman (disponível em berlina e sports tourer) e do Espace, que depois de mais de duas décadas a servir como Monovolume, passou também ele a ser mais dotado de “tiques” de crossover. O Koleos, tal como a primeira geração, contou com o apoio da Nissan, mas agora de uma forma mais abrangente, já que partilha a plataforma, bem como muitos elementos, do Nissan X-Trail, como é o caso do motor e caixa de velocidades. Disso falaremos mais à frente, já que a Renault se esforçou para que as semelhanças não fossem demasiadas, o que poderia tirar a identidade a ambos os modelos.

Portanto, se existir aqui alguém muito atento, vai reparar que apenas os puxadores transitam do modelo Japonês, com tudo o resto a estar desenhado pelo lápis do Holandês Laurent Van der Acker, o designer premiado da Renault. Desde a proeminente grelha dianteira da marca, que inclui o grande logo, passando pelos grupos ópticos em C, que dão ao Koleos uma inconfundível assinatura luminosa, que juntamente com a alta dianteira dão um ar imponente a este SUV de, podemos dizer, grandes dimensões, a traseira, conta como o resto da carroçaria, com vários elementos cromados e os farolins longos, também já uma imagem de marca, completamente virada para o conforto e luxo.

Luxo devido à versão Initiale, logo fácil de distinguir no exterior, devido à sua cor Preto Ametista exclusiva, bem como também às jantes de 19’’, embora seja no interior que esse luxo é ainda mais visto e sentido, principalmente pelos seus bancos em pele (aquecidos e arrefecidos) que contam com um bom apoio e totalmente concebidos para proporcionar o melhor conforto possível.

Esse conforto passa também para a posição de condução, elevada, que melhora a visibilidade para a estrada. O tablier está bem montado, e conta com acabamentos cuidados, com os plásticos mais duros a apenas estarem onde as mãos não tocam, ou onde os olhos não chegam tão pontualmente. O sistema R-Link2 é o verdadeiro “cérebro” e controlo dos sistemas de infotenimento do Koleos, que passa a incluir o sistema CarPlay da Apple. Este generoso ecrã conta ainda com os controlos da climatização, que são um pouco confusos e por vezes indecisos na sua utilização, uma questão de hábito, talvez. Ponto a favor para os comandos da temperatura analógicos, que facilitam a sua operação.

O interior continua com uma boa dose de conforto para os passageiros traseiros, onde podem viajar três sem qualquer tipo de condicionamento, a bagageira também é generosa, com 000L, não tão grande como a do Talisman, que oferece mais 74L, ou gigante como a da Espace, que dá mais 162L face ao Koleos…

Aqui, comparar estes três é inevitável. Os preços estão próximos, com o novo SUV a colocar-se a meio, em versões idênticas: na Initiale Paris, o Koleos é cerca de 1400€ mais caro que a carrinha Talisman, mas 3400€ mais barato que o Espace. A diferença, é que tanto a Talisman como a Espace contam com o motor 1.6 dCi TwinTurbo com 160cv, enquanto o Koleos conta com um mais “encorpado” 2.0 dCi de 175cv, embora, ao contrário dos outros dois, conte com uma transmissão de variação continua, ao invés da EDC (dupla-embraiagem).

A Renault conseguiu criar um quebra-cabeças, mas que dá sempre um bom resultado para a marca, já que quem quer uma carrinha de segmento D, escolhe a Talisman, mas se precisa de sete lugares, tem a Espace. O Koleos situa-se no meio, para quem prefere algo mais distinto, com uma maior elevação ao solo.

Continuando a falar apenas do Koleos, este modelo conta com uma gama bastante simples: só existe um motor e uma transmissão, porquê? Porque devido à nossa, perdoem-nos, ridícula “lei das portagens”, o Renault Koleos seria sempre classe 2, portanto, se contasse com o motor 1.6 dCi de 130cv, que tem nos outros mercados, que lhe baixaria o preço, não conseguiria ser Classe 2 de maneira alguma. Portanto o que é que a Renault fez? Algo que poderia ser impensável, aumentar o peso. Para isso, recorreu ao bloco mais potente, e juntou-o com a caixa X-Tronic de forma a conseguir que a balança subisse até aos 2300kg de peso bruto, conseguindo assim garantir a possibilidade de Classe 1 com Via Verde para esta versão 4×2. Complexo, não?

Portanto, depois de tudo explicado, como é guiar o Koleos? É uma experiência calma, é um automóvel feito para viajar e sobretudo desfrutar da viagem. Não se espere uma dinâmica exemplar, já que não conta com o sistema 4Control (como os outros dois que falámos atrás). A transmissão, embora de variação contínua, consegue ainda assim não ser um elo mais fraco, já que simula muito bem as passagens de caixa das “sete velocidades virtuais”, conseguindo aumentar o conforto a bordo, e só em alguns momentos (subidas íngremes e ultrapassagens) é que se sente o “gritar” típico dos automóveis montados com este tipo de transmissões. O consumo não é dos mais comedidos, conseguimos uma média abaixo dos 8l a cada cem quilómetros, contudo, com alguma pressa esse valor pode aumentar…

O peso da direcção é correto, e em condução, mesmo em velocidades mais elevadas, o Koleos está muito bem insonorizado e absorve muito bem as irregularidades do piso, mesmo contando com estas enormes jantes de 19’’.

Quanto ao equipamento, praticamente tudo. Faróis Full LED com assistente de máximos, travão de estacionamento eléctrico, câmera de estacionamento auxiliada por sensores dianteiros e traseiros, sistema de navegação, sistema áudio Bose, sistema de alerta de saída de faixa de rodagem, leitura de sinais, bem como cruise-control e limitador, e ainda, aquecimento e arrefecimento dos bancos em pele. Como perceberam, basicamente falta muito pouco no seu interior. Como opcionais pode optar pelo tecto de abrir panorâmico.

O Koleos tem uma vida muito complicada no nosso país, o seu preço para esta versão Initiale Paris começa nos 49.500€, com um motor “dois mil” ligado a uma caixa de variação contínua, que pode agradar a poucos. Mas o Koleos tem as suas qualidades, tais como um bom rolamento e um bom conforto a bordo. Mudando a legislação, e incluindo o motor 1.6 dCi, pode ser que faça mossa no mercado…

Renault Koleos 2.0 dCi 175 X-Tronic 4X2 Initiale Paris 

Especificações:
Potência – 175cv às 3750rpm
Binário – 380Nm às 1400rpm
Consumo Combinado Anunciado – 5,4L/100km
Consumo Combinado Medido – 8,2L/100km
Aceleração 0-100km/h (oficial): 9,2s
Velocidade máxima (oficial): 202km/h

Preços:
Renault Koleos desde: 41.250€
Preço da versão ensaiada: 49.500€
Preço da versão ensaiada c/opcionais: 52.000€

Koleos Initiale Paris
15.5 Pontos
O que gostámos mais:
- Interior - Conforto - Equipamento
O que gostámos menos:
- Transmissão - Consumos - Preço
Resumindo e concluíndo:
O Koleos volta a não ter uma vida fácil. Só disponível com um motor 2.0 dCi de 175cv, aumenta o preço. Mas na versão mais equipada acaba por ser o mais racional, principalmente na versão 4x2.
Motorização15.5
Perfomances13.5
Comportamento15
Consumos14
Interior16.5
Habitabilidade16
Materiais/Qualidade de construção16
Equipamento de Série17.5
Value for Money15.5

“A pontuação acima é totalmente da nossa opinião. Esta, tem a ver com o modelo e versão ensaiadas, tendo em conta o segmento onde a mesma se insere.”

Legenda da pontuação:
0-5: Mau;
6-10: Satisfaz Pouco;
11-15: Razoável;
16-17: Bom;
18-19: Muito Bom;
20: Excelente

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!