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Mazda MX-5 1.5 Skyactiv-G Excellence Pack Sport Navi

Mazda MX-5 1.5 Skyactiv-G Excellence Pack Sport Navi
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“The Special One”

Sim, foi este o “título” que quis dar a este que é, para mim, o Mazda MX-5 mais equilibrado que já por aqui passou. Este título também pode ser confundido, e não de forma errada, com um certo técnico de futebol, que tal como este automóvel, consegue até ser sóbrio, mas que guarda dentro de si uma grande alma e carácter. Quem diria que, de Setúbal, aquele homem de cabelo grisalho ia “dominar o mundo dos relvados”?

Bem, não vamos dispersar. Como o “nosso” técnico, o Mazda MX-5 não nasceu num berço de ouro, e não foi feito sabendo que ia ser um sucesso de uma marca que estava mais do que consolidada. Foi, isso sim, um processo trabalhado e apaixonado, de alguém que nos finais dos anos 80 quis arriscar, e vencer, com um automóvel que bateu (e continua a bater) recordes, ao mesmo tempo que também aumenta a batida dos corações de quem o vê, mas principalmente, de quem tem o prazer de o conduzir.

Mas para ser especial já não é preciso ter sete nomes, pertencer a uma família real, ou ter sangue azul. O Mazda MX-5 foi a “emancipação do direito a um automóvel divertido dos tempos modernos”, com uma receita simples e eficaz.

Portanto, hoje temos aqui mais uma vez o roadster equipado com um motor atmosférico 1.5, com uns simpáticos 131cv, o que parece pouco, e que não provam realmente a alma e a vivacidade que têm, não ao cronómetro, mas às emoções dadas por quilómetro percorrido. Para aumentar ainda mais essa emoção, a Mazda resolveu (por bem) equipar esta unidade com alguns acessórios, que deixam um apaixonado por automóveis ainda mais rendido a este modelo.

Pois então, esta versão Excellence Pack Sport Navi já inclui elementos mais desportivos, como é o caso dos bancos Recaro em couro e alcântara que dão um maior apoio, bem como os acabamentos em vermelho de maior classe. Para andar de capota aberta, são ainda aquecidos.

Mas é “mergulhando” no catálogo de acessórios da marca que esta unidade vê o seu brilho ainda mais enaltecido, com a inclusão do escape desportivo, que emite um rugido bem mais ameaçador e cativante, assim como as suspensões (Kit Eibach) que incluem as molas que o deixam mais perto do asfalto em cerca de 25mm. Para além disso, conta ainda com barra anti aproximação (disponível neste mesmo pack sport, mas apenas no motor 2.0). Em conjunto, estes três elementos conseguem o feito de tornar esta proposta ainda mais emocionante, garantindo também uma agilidade superior à versão que lhe dá a base.

Na prática, o MX-5 1.5 passa a ter um tom mais rouco a baixa rotação, o que se prolonga com o subir de regime (ainda existem atmosféricos!) até às 7000rpm, onde atinge a sua potência máxima. Pelo caminho, às 4800rpm, o binário de 150Nm está ali mesmo “a jeito” para dar ao condutor uma boa saída nas curvas.

Por partes: o escape, só alguém mais atento irá notar na sua presença, já que o Mazda MX-5 1.5 SkyActiv 131 conta com muito som de admissão, que por vezes é até mais audível que o próprio escape, o que ainda assim dá mais salero nas reduções e também na parte estética: com maior diâmetro e com o nome da marca inscrito em cada uma das suas duas ponteiras.

Na ligação “homem-máquina” é o Kit Eibach que mais ajuda, com as molas a tornarem-no ligeiramente mais rijo, mas com isso, a abordagem às curvas é feita com outro entusiasmo, seja na entrada, com um menor afundamento no eixo dianteiro, seja no meio da curva (graças também à barra), ou pela rigidez superior das molas e da baixa altura ao solo que o faz apresentar menor rolamento que um “normal” MX-5, tudo isto ajudado por aquela direção que nos faz sentir tudo o que se passa…

Se vale a pena? Sabem, eu tenho duas maneiras de ver as coisas. Depende para o que queremos um roadster. Eu acho que um MX-5 deve ser como este, com a sua típica capota em lona, e se possível, nesta versão.

Não, eu no início não tinha essa ideia, e era no meio que estava a virtude, mas para ritmos mais calmos, este Japonês tem um primo Italiano que pode puxar mais por essa veia de grande turismo. Portanto, aprendi que o MX-5 quer-se é assim, com este “mil e quinhentos raçudo”, e com estes apetrechos que o tornam ainda mais divertido de guiar. Não tem diferencial autoblocante? Não, mas acreditem que com o devido jeito ele consegue brincar convosco sem vos “morder”.

Estão aborrecidos e só querem dar uma voltinha calma a ouvir as vossas músicas pelo sistema de som da Bose? Ok, ele faz consumos na ordem dos 5,5L aos cem. Não prometemos é que fiquem sempre lá, porque no fundo, somos todos uns putos, não é verdade? Sim, porque aquela caixa de seis velocidades que é tão mecânica e tão bem escalonada, que achamos que devemos sempre fazer mais só mais uma passagem de caixa…

Claro que tudo isto tem um preço, mas o certo é que estes três elementos extra ficam em torno dos 1460€, não incluindo a montagem, mas na prática dão ali aquele toque extra nesta bonita relação homem-máquina.

Ainda estão a pensar no Mazda MX-5 2.0? Então sigam este link.
Gostam de caixas automáticas e gostavam de ter uma num MX-5? Lê este ensaio.

Mazda MX-5 (Soft-Top) 1.5 SKYACTIV-G 131 MT Excellence Pack Sport Navi

Especificações:

Potência – 131cv às 7000rpm
Binário – 150Nm às 4800rpm
Aceleração dos 0-100 (oficial): 8,3s
Velocidade Máxima (oficial): 204km/h
Consumo Combinado Anunciado (Medido) – 6,0l/100km (6,7l/100km)

Preços:
Mazda MX-5 desde: 26.184€
Preço da versão ensaiada :33.734€ (s/acessórios)

Preço dos acessórios (s/montagem):
– Kit Eibach – € 234,21
– Escape desportivo – € 1032.31
– Barra anti-aproximação – € 194,64

Carrega nas fotos e vê este MX-5 “Sport” em detalhe:

Fotos: Rodrigo Inocêncio

MX-5 1.5 SkyActiv-G 131
16.6 Pontos
O que gostámos mais:
- Experiência de condução - Sonoridade - Consumos - Caixa de velocidades
O que gostámos menos:
- Alguns revestimentos - Poucos espaços de arrumação - Volante apenas ajustável em altura
Resumindo e concluíndo:
O Mazda MX-5 "atinge-nos no coração"! Faz-nos pensar se devemos hipotecar a casa, fazer um crédito e se depois percorremos toda a Europa com ele, até não haver mais estradas. Com estes acessórios torna-se ainda mais apetecível.
Motorização16.5
Perfomances16.5
Comportamento18.5
Consumos18.5
Interior16.5
Habitabilidade13.5
Materiais/Qualidade de construção14.5
Equipamento de Série18
Value for Money17
Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!