Home Ensaios Mazda MX-5 2.0 SkyActiv-G 160

Mazda MX-5 2.0 SkyActiv-G 160

Mazda MX-5 2.0 SkyActiv-G 160
0
0

“Concentrado de emoções”

O Mazda MX-5 já começa a ser conhecido por aqui, e ainda bem. Depois do especial que fizemos entre o NA vs ND, achámos que a actual versão equipada com o motor 2.0 de 160cv merecia um pouco mais de atenção. Por isso, este modelo está de volta para tentar demonstrar, na prática, o que altera face à versão 1.5, e se, no final, compensam os mais de sete mil euros de diferença entre versões com igual nível de equipamento…

No exterior, as versões só são distinguidas uma da outra através das jantes de 17’’ usadas na motorização mais potente, em vez das 16’’ presentes no 1.5. De resto, nada muda, ou seja, o Mazda MX-5 continua a ser “dono” de um magnífico corpo esculpido, cheio de vincos e linhas que fazem virar cabeças. A frente longa e o habitáculo recuado são uma receita vencedora.

No interior, as diferenças também não são muitas, embora esta unidade contasse com o pack Sport, o que lhe oferece as muito boas bacquets da Recaro, que dão um excelente apoio nas curvas, juntamente com uma boa dose de conforto, sendo revestidas a pele e Alcântara, e que incluem ainda o sistema de audio da Bose nos encostos de cabeça, dando uma maior envolvência sonora e ajudando nas conversas telefónicas, mesmo com a capota aberta.

De resto, no interior, tudo igual. Uma posição de condução óptima, com o volante e pedais idealmente posicionados, a caixa manual está igualmente “no ponto”, bem à mão, e um prazer de utilizar. O tablier de linhas simples consegue ainda ser ergonómico, mas com um claro foco no prazer de condução, com os instrumentos a terem um arranjo mais desportivo, e o conta-rotações a meio, de maiores dimensões.

Portanto, até aqui, pouco muda. Mas será que com um toque no botão Start as coisas mudam de figura?

O som rouco invade os nosso ouvidos. O 2.0 parece desde logo ser mais ‘vivo’. Os primeiros quilómetros são essencialmente para ver as diferenças de consumos, que se cifraram em décimas. Em velocidade de cruzeiro, ambos mantêm médias muito idênticas, ou seja, a 120km/h a média fica nos 6,4L/100km, havendo apenas uma vantagem para o 1.5 em percurso citadino, fruto do bloco mais comedido, o que lhe baixa a média combinada em cerca de meio litro. Depois disso, começamos a verificar as diferenças dinâmicas, e é aqui que se revelam automóveis muito diferentes.

O Mazda MX-5 sempre foi conhecido por ser um automóvel que proporciona um grande prazer de condução, e esta última geração chegou a um bom balanço, com o 1.5 a ser um “Roadster para o Povo”, devido ao seu preço e custos baixos, mas sempre com uma condução simples, envolvente e até confortável. Isso é uma combinação vencedora. Mas há sempre quem queira mais, para quem ser exclusivo é uma necessidade, e é só nesse caso que se encaixa o possível cliente da versão mais potente do MX-5.

Porque aqui encontram-se mais 29cv, face ao 1.5, que parece pouco, e no papel até se confirma. É menos um segundo na tarefa dos ‘zero aos cem’, mas na prática até é notório, muito também pelo temperamento mais concentrado e focado, deste MX-5 2.0 SkyActiv-G. Isto porque com esta motorização passamos a contar com o diferencial autoblocante mecânico, que ajuda o MX-5 a descrever (e a sair) das curvas mais rapidamente, ficando também com uma traseira bem mais protagonista, em que basta um pouco mais de acelerador numa rotunda e ela dá o ar de sua graça. Depois, o pack Sport conta também com as molas da Bilstein que o enrijecem um pouco, deixando de ser tão confortável, mas tendo, obviamente, benefícios na vertente dinâmica, com um bem menor rolar de carroçaria.

As reacções são mais severas, mais bruscas, o motor pede mais rotação e o seu pulmão é maior, conseguindo ter mais força durante mais tempo. As inserções em curva, quando apanhamos o seu jogo, são super-seguras mas mais rápidas, o que dá um trabalho extra aos travões, que nesta variante contam com uma maior dimensão. O sistema i-Eloop é também inédito no MX-5. Este sistema recupera energia nas travagens e desacelerações, e quando estamos parados contamos ainda com a ajuda do sistema Stop/Start, para poupar aquelas gotas extra de combustível que podemos gastar nas nossas estradas preferidas, ao som deste 2.0 atmosférico, e de preferência com a capota aberta.

Portanto, como já entenderam, o MX-5 1.5 é um excelente automóvel, que com alguns condicionamentos consegue ser um perfeito “daily”, com consumos comedidos, uma manutenção simples e um preço muito apetecível, que voltou à raiz do MX-5, em ter um roadster económico. Já a variante 2.0 é para os mais conhecedores, para aqueles que querem o melhor, e que privilegiam a exclusividade. Mais endiabrada, esta versão promete momentos de diversão garantida ao volante!

Mazda MX-5 2.0 SkyActiv-G 160 Excellence Pack Sport 

Especificações:
Potência – 160cv às 6000rpm
Binário – 200Nm às 46oo rpm
Consumo Combinado Anunciado – 6,6L/100km
Consumo Combinado Medido – 7,0L/100km
Aceleração 0-100km/h (oficial): 7,3
Velocidade máxima (oficial): 214km/h

Preços:
Preço Base do Mazda MX-5 2.0: 39.090€
Preço da Versão ensaiada com extras: 41.164€

MX-5 2.0 160cv
16.2 Pontos
O que gostámos mais:
- Sensação "pura" de condução, nota de escape, caixa de velocidades, diferencial mecânico autoblocante
O que gostámos menos:
- Dureza da suspensão face ao 1.5, Preço
Resumindo e concluíndo:
O MX-5 2.0 é para os mais puristas, para quem quer e para quem pode ter um MX-5 mais exclusivo e hardcore. O 1.5 de 131cv chega para um cliente normal, mas este pode ser uma referencia no segmento de nicho.
Motorização16.5
Perfomances16
Comportamento18
Consumos15.5
Interior17
Habitabilidade13
Materiais/Qualidade de construção15
Equipamento de Série17
Value for Money17.5

“A pontuação acima é totalmente da nossa opinião. Esta, tem a ver com o modelo e versão ensaiadas, tendo em conta o segmento onde a mesma se insere.”

Legenda da pontuação:
0-5: Mau;
5-10: Satisfaz Pouco;
10-15: Razoável;
15-17: Bom;
17-19: Muito Bom;
19-20: Excelente;

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!