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Hyundai Tucson 1.6 CRDi DCT

Hyundai Tucson 1.6 CRDi DCT
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“Ligeiro retoque”

Referir a importância de um SUV no seio de uma marca, é o mesmo que comparar a necessidade de água para sobreviver. Talvez não seja tão exagerado quanto isto, mas este estilo de carroçaria tornou-se tão importante, que uma marca que não aposte forte neste segmento em crescimento corre sérios riscos de ver o seu número de vendas decrescer de uma forma assustadora. A Hyundai, atenta ao mercado há já alguns anos, e com o sentido de oportunidade que até agora não lhe tem falhado, conta com uma gama crossover completa, em três diferentes segmentos. Este é o novo Tucson, um SUV médio, que fica entre o segmento C e D, e que é também o modelo mais vendido pela marca globalmente.

Esta geração, depois de ter sido lançada em 2016, recebe agora o seu primeiro restyling, e mesmo tendo passado apenas dois anos, esta renovação foi profunda, com o exterior, interior e motores a serem revistos.

No exterior, o Hyundai Tucson já foi um modelo bem-nascido, com linhas agressivas, mas não em demasia, com o ‘toque’ off-road, mas sem exagerar. Um bom caso de equilíbrio. Porém, a Hyundai achou por bem dar um pouco mais de personalidade e modernidade ao modelo, por isso, na dianteira, alargou a grelha para ficar mais ao estilo dos crossover Kauai e o novo Santa Fé, assim como novos para-choques e uns novos faróis Bi-LED que prometem uma iluminação mais eficaz durante a condução em períodos noturnos. A lateral não alterou muito, continua atlética, com uma linha de cintura elevada e as cavas das rodas com apontamentos em plástico negro. Dentro destas, é possível encontrar as novas jantes de liga-leve, apenas umas das várias que a marca redesenhou no processo.

A traseira foi uma área que mudou ao pormenor, mas se compararmos lado-a-lado com a versão sem restyling, torna-se evidente. Tornou-se mais harmoniosa, com um tampo da mala com um desenho mais clean, fator ajudado pelos novos grupos óticos com tecnologia LED, e uma dupla ponteira de escape, mais pronunciada.

Se “por fora” foi de detalhe, no interior já não se pode dizer o mesmo, já que foi uma “revolução”, o que a Hyundai fez no habitáculo. Não que o Tucson estivesse mal, mas não estava em linha com as propostas de maior sucesso da marca, como é o caso do i30 ou do Kauai. Para isso, colocou um novo tablier, mais moderno, onde se destaca o ecrã tátil de 8’’ polegadas. Para além do melhor desenho, o tablier conta também com materiais de melhor qualidade, sem perder ou prejudicar a sua boa montagem, elemento que transita do ‘antigo’ Tucson, e que na verdade é notório em toda a gama da marca de Seoul.

O resto do habitáculo permanece confortável, assim como espaçoso, com destaque para os lugares traseiros, com boas quotas de habitabilidade, podendo acomodar sem problemas três passageiros adultos com uma boa dose de conforto. As malas podem encontrar lugar numa das maiores bagageiras do seu segmento, com 513L de capacidade.

Exterior mudou, o interior ainda mais. E a mecânica? O que foi alterado?

Basicamente, a Hyundai substituiu o “cavalo de batalha”, o que já era esperado, introduzindo o 1.6 CRDi para o lugar do 1.7 CRDi. Este novo motor, que já podia ser encontrado no i30, pode contar com dois níveis de potência, 115 ou 136cv, e ser conectado a uma de duas transmissões, manual de seis velocidades, ou esta DCT (dupla-embraiagem) de sete relações.

Com isto, o Tucson recebe um motor mais poupado e ligeiramente menos poluente, e mesmo que isso implique um valor potência que decresceu em 5cv, o certo é que isso não é muito notório, já que a transmissão DCT faz um bom trabalho em gerir da melhor maneira a entrega de potência, sendo ainda rápida nas passagens.

Dinamicamente, temos de entrar com o pensamento que um SUV não é para ser o automóvel mais dinâmico, mas com o passar do tempo é notório esse cuidado pelas marcas. Dessa forma, ainda que o Hyundai Tucson não seja o mais divertido de conduzir da sua classe, consegue ser neutro nas suas reações, podendo abordar sem problemas uma estrada mais sinuosa a velocidades mais elevadas. A suspensão de eixo independente atrás garante uma boa dose de conforto, assim como estabilidade, ótima para longas viagens em autoestrada.

É aqui que falamos de consumos, que comparativamente com o “antigo” 1.7 CRDi ficaram praticamente “meio litro” abaixo, com uma média combinada de 6,6L a cada cem quilómetros percorridos. Mais uma vez, não é a referência, mas não compromete. Quanto ao “outro custo”, esta unidade já muito bem equipada (navegação, estofos em pele, vidros escurecidos, cruise control…) tem um preço abaixo dos 40 mil euros, sem descontos. A ajudar à decisão, convém lembrar o peso da garantia dada pela marca, uma das mais fortes do mercado: cinco anos, sem limite de quilómetros.

No final de contas, se procura um crossover, coloque também o Tucson “em cima da mesa”.


Hyundai Tucson MY19 1.6 CRDi DCT Premium + Pack Pele 

Especificações:
Potência– 136cv às 4.000rpm
Binário – 320Nm às 2.000 ~ 2.250rpm
Aceleração do  0-100 (oficial): 11,4s
Velocidade Máxima (oficial): 180km/h
Consumo anunciado – 4,7l/100km
Consumo medido – 6,6l/100km

Preços (s/campanha):
Preço da unidade ensaiada: 39.385€


Carrega nas fotos para veres melhor este Hyundai Tucson:

 

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!