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Hyundai i30 Fastback N Performance Pack

Hyundai i30 Fastback N Performance Pack
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“Acutilância”

Este título tem de ser explicado. “Acutilância” é uma palavra que já existe, mas que aqui tomei a liberdade de a “alterar”, de forma a servir para demonstrar duas das qualidades que encontrei no Hyundai i30N Fastback: o seu comportamento acutilante, e a elegância das suas linhas. Juntamos as duas, e voilá: “acutilância”.

Portanto, depois desta aula de “mau português”, podemos seguir em frente e falar do que achei deste Hyundai desportivo pintado de cinza.

Pois bem, o Hyundai i30N Fastback, o outro ‘N’ disponível na nossa gama, faz o mesmo que o outro i30N que tivemos faz, mas de forma ainda mais distinta, graças à sua imagem mais elegante que não lhe faz perder nenhuma das suas belas capacidades dinâmicas. A carroçaria está mais longa em 120mm e mais baixa em 32mm. A distância entre eixos permanece a mesma, e o peso apenas aumentou 12kg, o que é praticamente nada.

Esteticamente falando, entra muito a questão de gosto, e revelo que até ao final deste ensaio não me decidi de qual gosto mais, já o Marco Paulo dizia o mesmo. A verdade, também, é que o Fastback é mais elegante, com um estilo mais aburguesado e de coupé, que lhe dá um estatuto diferente dentro do mesmo modelo. Os “tiques” desportivos são garantidos pelas jantes de 19’’, pelas embaladeiras mais junto ao chão e uma traseira que conta com um sóbrio spoiler e as saídas de escape ovais, nos extremos do para-choques, que tal como o da frente, recebem detalhes em vermelho.

Passamos para o interior, e aqui, diferenças de pormenor. Os bancos exemplares são os mesmos, com um bom conforto e apoio, providenciando ao condutor uma posição de condução isenta de erros. O tablier também é o mesmo, sóbrio mas bem organizado, não com materiais espetaculares, mas com montagem isenta de mácula. Os detalhes que encontramos diferentes? São dois: o volante perde os tons azuis do i30N Hatchback, passando a ter esses comandos em cinza, e as saídas de ventilação recebem também detalhes em tons vermelhos. Mais sóbrio e mais elegante.

Passando para trás, o espaço é o mesmo para as pernas já que a distância entre eixos não aumentou (felizmente); para a cabeça nota-se um pequeno decréscimo, mas tudo é compensado pela maior bagageira, que aumenta em 55l face ao Hatchback, contando agora com 450L. Já não há desculpa para dizer que um desportivo não tem espaço.

Já está velha esta piada, não é?

O que não está nada velho é a fórmula empregue pela Hyundai e a sua divisão N. Albert Biermann foi uma daquelas contratações que valem ouro, já que deu outra vida e ênfase aos modelos da marca, e nestes desportivos, ficam “ombro a ombro” com o que de melhor se faz neste segmento.

Quanto a mudanças abaixo da carroçaria, foram diminutas. São de pormenor, com a suspensão a receber um aumento do curso de 55mm para 62mm, uma taxa de compressão mais reduzida, assim como uma barra de torção mais fina no seu diâmetro.

Na prática, essas diferenças não são notórias, e isso é bom, já que o Hyundai i30N continua bem divertido de se conduzir e, em certos momentos, de se pilotar.

O seu motor 2.0 T-GDi de 275cv merece respeito e está ligado exclusivamente a uma transmissão manual de seis velocidades, com bom curso e de tato mecânico, que conta com sistema “rev-match” para ajudar nos momentos de condução mais despachada.

Basicamente, o Hyundai i30N pode assumir múltiplas personalidades, já que muitos elementos podem ser “afinados” ao nosso gosto. Basicamente existem 2000 possibilidades diferentes, já que podemos “mexer” na suspensão, direção, som de escape, reação do pedal do acelerador e muitos outros pontos. Mas obviamente, o que mais nos impressiona no Hyundai i30N Fastback face aos seus rivais é mesmo o som de escape: encorpado, agressivo e bastante desportivo.

Passando para a condução, o Hyundai i30N Fastback pode ser tratado de diferentes formas. Se no modo Eco ou Normal temos um automóvel convencional, com um som ligeiramente mais agressivo que os seus irmãos de gama, e também mais rijo, é ao ligar o modo Sport ou N que tudo se altera e o i30N Fastback pede para que sejamos agressivos e que o levemos ao limite das suas capacidades, ou das nossas.

A vantagem é que este automóvel consegue ser divertido, bastante rápido, mas também benigno nas suas reações.

O motor é elástico e devido ao turbo consegue ser “mexido” mesmo a baixas rotações, os travões (345mm à frente e 314mm atrás) demoram a ser fatigados e apresentam um bom tato, enquanto que em curva o i30N Fastback quase nos faz esquecer que o seu diferencial não é mecânico, tal é a sua eficácia. O ponto certo da curva é quase sempre atingido, e isso acontece ainda mais quando os P-Zero estão no seu “ponto ideal” de aderência. Quando aí chegamos, é desfrutar e não olhar para o computador de bordo.

Sim, se procura um desportivo, mas não quer médias de consumo elevadas, o Hyundai i30N Fastback não é a escolha ideal. Se como 99% dos clientes deste tipo de automóvel, não quer saber disso, pode continuar.

As performances continuam iguais, ou seja, os 100km/h chegam passados apenas 6,1s, e a velocidade máxima só chega nos 250km/h, algo que há uns anos, o segmento C só poderia sonhar, especialmente um Hyundai. O som de escape, contudo, apresentou desta vez menos “pop’s and bang’s”, algo que será devido à nova política WLTP, mas não tivemos a certeza disso. Mas, ainda assim, tem muita pipoca quando reduzimos ou largamos o acelerador.

Em suma, o Hyundai i30N Fastback é um desportivo à seria. Eficaz, bem conseguido esteticamente e com um preço que até é competitivo face ao que oferece. Os seus 275cv não são os mais potentes face aos seus rivais, mas o fator diversão está nos lugares cimeiros. Mais um aplauso à Hyundai, e ficamos à espera do próximo…


Hyundai i30 2.0T-GDi 275 Fastback N Performance 

Especificações:
Potência – 2cv75 às 6000rpm
Binário – 378Nm às 1750~4200rpm
Aceleração dos 0-100 (oficial): 6,1s
Velocidade Máxima (oficial): 250km/h
Consumo Combinado Anunciado (Medido) –7,8l/100 (9,1l/100km)

Preços:
i30 Fastback N Performance Pack: 45.722€


Vê as fotos, e conhece este i30N mais elegante em detalhe: 

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!