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Ensaio MotorO2 – Renault Clio IV tCe 90 Luxe

Ensaio MotorO2 – Renault Clio IV tCe 90 Luxe
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“Grandes para quê?”

O Clio nasceu com a difícil tarefa de substituir o “ultrapassado” Renault 5 (que comemora agora o seu 40º aniversário), isto no longínquo ano de 1990. O nome, esse, vem da deusa de seu nome Clio que repousa no seu tempo no monte Paranaso.

Sim, o nome “Clio” foi mesmo inspirado numa musa, agora na 4ª Saga do modelo Francês isso torna-se mais evidente, desenhado por Laurent Van der Acker, revolucionou o estilo do Clio, tornando-o mais dinâmico com linhas mais apelativas e dinâmicas, mas de uma forma limpa e carregada de personalidade, com a nova frente de família a exibir com grande orgulho o simbolo do losangolo agora de maiores dimensões a ser o “protagonista” da frente do Clio, a lateral marca-nos  com o seu estilo coupé com o puxador a ficar agora escondido no pilar C, já que esta geração do Clio não vai ter variante de 3 portas, nem mesmo o RS, a traseira por sua vez tem um design muito limpo, mas musculada pelo vinco que percorre o tampo da mala vindo dos farolins.

O design deste automóvel descreve-se numa única palavra: Sensual, ou não fosse ele inspirado pelo o fabuloso concept DeZir apresentado pela Renault no salão Automóvel de Paris em 2010, aliás, na cor que foi testado, o Vermelho Flammé fazia-nos mesmo parecer mesmo um “mini-DeZir”.
Gostei muito do facto de a Renault ter arriscado num modelo que é muito importante para a marca: exemplo disso mesmo, as mais de 400.000 unidades vendidas desde o seu lançamento.
Essa unidade número 400.000 estava equipada com o mesmo motor que ensaiamos, o espantoso tCe 90.

A pergunta que faço é como é que “cabem” 90 cavalos em apenas 899cm3, pois com a ajuda de um turbo mas…
As dúvidas tinham de ser todas elas esclarecidas em estrada, o pequeno bloco de 3 cilindros mostra-se suficiente para mexer o modelo Francês no “recreio” citadino onde se sente como um peixe na água, o motor está sempre disponível, muito por “culpa” do turbo e também do chassis bastante eficaz, parecendo mesmo um automóvel do segmento superior, mesmo apesar de se notar um pisar algo firme, é confortável com uma dinâmica muito competente e a dar muita confiança e feeling ao condutor, uma clara evolução neste campo face ao seu antecessor.

Saindo da cidade, entrando na AE, o turbo ajuda a “entrar” no ritmo, depois fixando o cruise-control, (de série nesta versão Luxe) nos 110km/h conseguimos fazer consumos na ordem dos 5l/100km.
Sempre disposto a ultrapassar, mas calma! Continua a ser um 899cm3… cheguei a um ponto em que esqueci-me completamente que o motor nem chegava a 1litro de capacidade, o que causava alguma impressão a quem me perguntava que motor é que a “máquina” tinha, a mentalidade tem de ser ainda alterada…

Apesar da sua leveza (1009kg), mostra-se bastante estável, a redução do peso beneficiou o consumo, a redução de emissões poluentes, o comportamento (revisões nas suspensões, McPherson á frente com braço em forma de triangulo recto e eixo de torção atrás com barra estabilizadora) e a travagem (mesmo dispondo de tambores nas rodas traseiras).

Grandes para quê?
Dizia-nos o slogan do 1º Clio, mas apesar de mais leve que a geração anterior a fita métrica não engana, o Clio está 3,5 cm mais comprido, 2,5cm mais largo mas 4,5cm mais baixo. Apesar disso os técnicos da Renault conseguiram aumentar a distância entre eixos em 1,5 cm. O mais significativo é o crescimento das vias dianteira e traseira em 34 e 36mm respectivamente, afinal até podemos (devemos) crescer um bocado…

Falando nas vantagens do aumento de dimensões no exterior, falemos agora sobre o seu interior.

Abrindo a porta e sentado no assento do condutor nota-se uma clara melhoria na posição de condução, o estilo interior é menos ousado que o exterior ( mesmo no “nosso” Clio em que o tablier era de cor vermelha). A qualidade não subiu tanto como o esperado ( mas a construção e apresentação sim), no geral apresenta uma qualidade mediana, o que é normal neste segmento, a parte superior do habitáculo é macia e suave ao toque, contrastando com o material usado para forrar as portas, mas como disse nada de estranho neste segmento.

O Ambiente é marcado por superfícies lacadas, o que dá um ar mais sofisticado ao habitáculo do modelo Francês, o que ensaiamos dispunha do kit preto brilhante com aplicações no volante, portas e na alavanca da caixa de velocidades com o custo de 150 euros.

Aqui está outra das novidades do Clio, a capacidade de personalização, desde a cor do tablier, do vermelho ao azul, passando pelo os ambientes lacados com quase todas as cores disponíveis do exterior, onde este tema de personalização também está presente, com os “vinys” e as diversas cores para as jantes, terminando nos” pack´s look”.

Continuando com o interior, no centro do tablier temos um ecrã táctil, que bem mais que isso, o Sistema  Multimédia MediaNav 7, de série, dispõe de Sistema de Navegação TomTom, Bluetooth e Leitor Multimedia com conexão para iPod, este sistema torna-se então a peça principal do habitáculo do Novo Clio e faz-nos libertar de uma panóplia de botões e interruptores inestéticos sendo também por isso, muito mais intuitivo.

A evolução em termos de espaço interior, não foi muito significativa, o espaço interior continua o normal para um utilitário, mesmo que a redução de altura seja de 4,5cm, no interior não afecta muito os passageiros dos lugares traseiros, desde que não passem de 1,85cm, a bagageira também obteve um aumento de 12 litros face á anterior geração dispondo agora de 300l de capacidade.

Em termos de equipamento esta versão Luxe vêm bem recheada, com ESP, Hill Holder, Cruise-Control, luzes diurnas  Keyless Entry (Cartão), Ficha USB/AUX, Sistema de Navegação, Bluetooth, Sensor de Luz e Chuva, Faróis de Nevoeiro, Start/Stop e Ar Condicionado Automático.

Palavra final para o facto do Novo Clio ter conquistado as 5 estrelas nos testes de colisão do EuroNcap, sendo o melhor utilitário do segmento e de oferecer também a Garantia Renault de 5 anos ou 150.000kms.

Pontos Fortes: Design exterior, Motor que é uma “agradável surpresa”, Condução divertida e uma boa posição de condução.

Pontos menos Fortes: Alguns acabamentos interiores; Pega interior da mala  (que está montada de forma pouco prática); Vidros traseiros manuais.

Conclusão:
O Clio está muito melhor, parece mesmo outro carro, cresceu onde era mais necessário (largura, distância entre eixos e na largura das vias) oferecendo mais espaço para os ocupantes e melhor comportamento, foi renovado onde mais precisava por exemplo o caso da direcção ( o Clio mostra-se muito interessante e eficaz mesmo nos traçados mais sinuosos com a correcção de um problema que era recorrente, os relatos de falta de sensibilidade na direção e o excesso de desmultiplicação, passou de mediano a muito bom!) oferece mais espaço para os passageiros e para a respectiva bagagem, os preços são atractivos tal como o seu aspecto exterior que arrebata corações e faz virar cabeças por onde quer que passa. O seu motor que fez mudar a mentalidade dos pequenos motores turbo, ainda por cima com 3 cilindros que não funcionam, esse mito, caiu por terra..
Os seus concorrentes que se cuidem, que tem razões para se preocupar, muitas mesmo!

 


Números:
Renault Clio tCe 90 Luxe S&S : 3 Cilindros em Linha; 898cc; 12 válvulas; 90cv/5250rpm; 135Nm/2500rpm. Caixa manual de 5 velocidades. Consumo Oficial: 4,5l/100km Consumo medido: 5,6l/100km; Comprimento:4,062; Altura:1,448; Largura:1,732; Capacidade da Mala:300l; Capacidade do Depósito: 45l
Equipamento de Série:
ABS, Airbags Frontais,Laterais, Ar Condicionado Automático, Start/Stop; Computador de Bordo; ESP; Hill Holder; Cruise Control; Espelhos eléctricos e aquecidos; Luzes diúrnas em LED; Cartão Mãos-Livres; Ficha USB/AUX; Navegação; Vidros Eléctricos Dianteiros; Sensor de Luz e Chuva; Volante em pele; Faróis de nevoeiro; Jantes Liga Leve 16″.
Preço: 16.780 (Versão Luxe)

Texto: Rodrigo Hernandez
Fotos: Patrícia Lisboa

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!