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Ensaio by MotorO2 – Citroën C4 Cactus 1.2 VTi

Ensaio by MotorO2 – Citroën C4 Cactus 1.2 VTi
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Tubo de Ensaio (parte II)

Não sei se cabem quatro camponeses de chapéu dentro do habitáculo ou se a cesta de ovos não se parte quando passamos por um campo lavrado, mas só sei que o Citroen Cactus fez-me lembrar por algumas vezes o seu avô 2CV.
Acho que isso pode ter acontecido pela sua engenhosidade em alguns pontos, a contrastar com uns pontos mais simples e quase, arcaicos.
Mas antes de tecermos qualquer opinião técnica, ou qualquer outra que seja, o Cactus “ataca-nos”primeiramente o olhar.

Quando o vi, pareceu-me um alien. O aspecto geral é um misto de linhas suaves e robustas comum toque de agressividade em certos pontos. Por isso, deixem de lado a ideia que o Cactus é carro de senhora! A frente tem os faróis em dois pisos (três se o modelo dispuser de faróis de nevoeiro). No de cima, mesmo no bordo do capot estão os LED de iluminação diurna, para logo abaixoencontrar-mos os faróis normais de halogénio que englobam também os piscas e por ultimo, no terceiro piso os faróis de nevoeiro com função cornering.

“O símbolo que neste modelo aparece em cor preta está bem presente na dianteira, para não haver dúvidas que esta é uma criação Citroën!”

Mas ainda na frente vemos um material estranho a envolver os faróis do “meio”. É um material cinzento, estranho mas que torna a frente mais composta.
Para o vermos melhor e em “ação” temos de passar para a lateral do Cactus.

Este material estranho e de cor contrastante é designado de AirBump. E tal como o nome mais ou menos indica, é um conjunto de uma espécie de bolhas de ar que absorvem riscos e impactos até 7km/h, inclusivé os tradicionais impactos dos carrinhos de compras. Este é daqueles pormenores que dão um ar mais agressivo ao Cactus e que sem este componente,o impacto visual não seria a mesma coisa.
Outra coisa que me agradou na lateral do Cactus foram as proporções laterais da superfície vidrada, que apresentam um bom equilíbrio entrechapa (e Airbump) e vidro. Podemos verificar ainda a existência de barras para o tejadilho e de uma faixa de plástico negro percorre toda a parte inferior para dar um ar mais “aventureiro”. Como pormenores temos o pilar A pintado de preto e no pilar C o nome Cactus inserido numa faixa também ela de cor preta.
A traseira, como não podia deixar de ser, é bastante criativa,mas não tanto como a frente. O vidro tem dimensões menores, o que com a ajudado spoiler traseiros dá a este Crossover um aspecto robusto.

As imagens de mini-jipe não faltam também na traseira com os faróis a serem envolvidos por AirBumps e num plástico negro que atravessa a porta mala de uma ponta à outra.

“Por culpa dos AirBumps o Cactus fez ainda parecer-me outro antigo Citroën, o Mehari.”

Mas vamos passar para outro ponto importante e inovador do Cactus, o interior.
Não tive oportunidade de encontrar quatro camponeses, mas tenho quase a certeza que os quatro caberiam com os seus chapéus dentro do habitáculo.
Espaçoso, luminoso esimples.

É isso que sentimos quando entramos no Cactus. Sentados no posto de condução, descobrimos um volante algo rectangular, não totalmente redondo, mas mesmo assim com uma boa pega e por detrás do mesmo, o velocímetro. Mas depois não há muito mais, para onde foi tudo?
Pois, uma das premissas doCactus foi livrar-se de botões e de coisas desnecessárias. Por isso tal como a marca irmã Peugeot, a Citroën optou por inserir tudo num generoso ecrã central, bem à mão, o que melhora a imagem do interior.
Um interior cheio de detalhes.

O porta luvas é gigante eabre para cima, e o airbag do passageiro foi “puxado” para o tecto, conseguindo assim dar ao passageiro da frente um espaço desafogado. Passageiros da frente esses, que contam com bancos que são extremamente confortáveis e que sendo mais largos que o habitual, não contam com tanto apoio, mas contribuem para chegarmos ao final de uma viagem “fresquinhos”.
E se optar pela versão de caixa pilotada, ganha um banco corrido, como as típicas carrinhas americanas. Assim, pode chegar-se mais perto da sua companhia.

Parece que o romantismo francês continua vivo e de boa saúde…

Na traseira o espaço é bom, tanto para a cabeça como para ombros e pernas. Mas o ideal é optar pela lotação de 4 lugares,como em quase todos os automóveis.
A mala é generosa para a classe (358L), apenas não é ideal devido ao seu acesso que é algo elevado.

Quanto à motorização, o nosso Cactus contava com o motor 1.2 VTi de 82cv, que lhe encaixa que nem uma luva.

“O MotorO2 testou rigorosamente o Cactus e tal como o 2cv, é capaz de manter uma média de velocidade acima dos 50km/h. Bem acima…”

Este motor é claramente talhado para a vida urbana, conseguimos consumos interessantes aliado umbaixo ruído de utilização. Em AE, o 1.2 não se mostra rogado, mas não é de todo a sua zonade conforto. No entanto, não o puxe para lá dos 110km/h e o Cactus irá presenteá-lo com consumos médios de 5l/100km e por vezes até, abaixo disso.
Outro detalhe inteligente. Quando os mosquitos espalmados no vidro já começam a ser mais que osque rodeiam o Cactus, os para-brisas contam com o jacto de água embutido neles próprios, desperdiçando menos detergente e proporcionando uma melhor limpeza.Concorrência, tomem nota!
Agora vamos aos pontos em que a Citroën simplificou e que para algumas pessoas, simplificou demais.

Vou aproveitar para desmistificar alguns deles.
O que vai notar logo é nos vidros traseiros não abrirem normalmente, mas sim em compasso como alguns modelos de 3 portas.

Passo a defender:
Os sistemas de ar condicionado dos automóveis de hoje dia estão feitos de maneira a consumir menos recursos (leia-se: potência/combustível) e tal como se nota no Cactus,são cada vez mais eficazes. O ar condicionado arrefece muito facilmente o interior, tanto que na frente conta-se apenas 3 ventiladores, os necessários, acreditem. Outra das razões é o aumento de peso de todo o mecanismo de aberturados vidros…

Outro dos contras é o banco traseiro só rebater numa parte. Neste ponto esqueçam as idas ao IKEA a três.

O Cactus não possui conta-rotações. Para isso conta com um auxiliar de mudança, que indica o momento e a mudança certa aengrenar.
Mas o ponto que mais meincomoda, é o facto de que os vidros embora eléctricos, não são automáticos. Temos de premir o botão continuamente até o vidro terminar a sua tarefa. Não havia necessidade.
Porfim, vamos a um último contra, o que pode afastar mais potenciais clientesque qualquer outro: o preço.

O Cactus foi desenvolvido para ser um modelo quase low-cost, daí as suas ideias simplistas, mas o preço não ficou tão baixo como alguns desejavam/esperavam, o modelo ensaiado por nós custa quase vinte mil euros, um valor algo elevado para um carro com motor 1.2 a gasolina.

“É um ponto em que o Cactusnão iguala o seu avô 2cv. Mas talvez também não seja necessário. Penso que oCactus vai desenhar a sua própria história.”

Mas no fim disto tudo adorei-o! A sério! É um carro simples, bem parecido e com um bom espaço interior, fazendo-nos sentir descontraídos ao conduzi-lo. Cheio deideias inteligentes, foi mais um carro em que a marca não teve medo de arriscare inovar, parabéns Citroën!

Pontos Fortes:
-Estética
-Pormenores
-Mala
-Conforto

Pontos menos Fortes:
-Abertura dos Vidros Traseiros
-Preço

 

 

 

Modelo: Citroën C4 Cactus 1.2 VTi 82 Feel Edition 


Motor: 1199cm3; 82cv/5750rpm; 118nm/2750rpm; Transmissão Manual de 5 Velocidades Consumo oficial: 4,6l/100km; Consumo medido: 5,6l/100km

Dimensões e capacidades: Comprimento: 4,160; Altura: 1,480; Largura: 1,730; Capacidade da mala: 358l; Capacidade do Depósito: 50l
Equipamento de série:Computador de bordo; Rádio com comandos no volante; Radio MP3 + Tomada Jack e USB; Sistema de mãos livres Bluetooth; Vidros Eléctricos, Spoiler Traseiro, Ecrã central a cores, Citroën Multicity; Cruise-Control; Sistema Hill Holder; Jantes em Liga-leve de 16”;
Preço Base do Modelo: 19,638€Preço da Unidade Ensaiada: 19,638€

Texto e Fotos: Rodrigo Hernandez

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!