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A História por detrás de uma foto…

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“A minha tarde em Imola”

 

“Há dois anos (faz agora em Agosto) que tive o prazer de visitar a exposição temporária dedicada à vida de Ayrton Senna, no Museo Automobili Lamborghini em Sant’ Agata Bolognese, região tipicamente italiana. E foi simplesmente impressionante sentir toda aura que um piloto transmite mesmo após 23 anos (na altura) do seu desaparecimento, não só em mim através da ‘pele de galinha’ nesse momento, mas sim nas dezenas de pessoas que estavam, tal como eu, a “embeber” o máximo possível daquele espaço.

Não sei quanto tempo tive dentro do edifício, mas o meu telefone diz-me que tirei mais de 250 fotos…

O curioso é que nesse dia, não me senti triste, senti a alegria de ver todo o seu trajeto (desde os Karts e início nos fórmula onde ainda era apelidado de Ayrton da Silva, passando pelo preto e dourado Lotus, os McLaren do “tri” até ao FW16 azul da Rothmans).

Contudo, esta foto tem um significado especial, já que mostra o que podia ter sido o ano de 1994. Com o piloto Brasileiro, nascido em São Paulo em 1960, a “estar sentado” no McLaren/Lamborghini (que veio a ser Peugeot) e que Senna testou no Estoril em 1993, tomando a decisão de seguir para o seu sonho antigo, a Williams. Escolha mais do que óbvia, pois a McLaren passava dificuldades, e a marca de Frank Williams tinha o”carro ganhador”, o que junto com um piloto no topo da sua forma seria invencível.

Seria… porque o resto, é história.

Depois daqui sair, tive a comprovação do “tamanho” que este piloto teve, que, permitam-me, acho que foi incrementada devido a ter sido uma tragédia em direto e vista por milhões através da televisão.

O certo é que fui até Imola, ao Autodromo Enzo e Dino Ferrari, e fui até à curva Tamburello. Do outro lado, uma estátua em bronze “repousa sentada a olhar para o chão”. Essa estátua é a de Ayrton Senna. À sua volta estão centenas de camisolas, bandeiras, cartas e ramos de flores, alguns com meses, temo até dizer anos, outros deixados nos dias anteriores, com homenagens em várias línguas, desde o Italiano, Português, o global Inglês ou passando mesmo pelo Japonês, povo que a par com o Brasileiro sofreu particularmente. Isto demonstra que mesmo passado duas décadas, as pessoas (de todas as idades) não esquecem o legado deixado.

Hoje, passam 25 anos.

O luto está devidamente feito, é altura não de ver as imagens de Imola mas sim recordar o que Senna nos trouxe, os triunfos e o que (de forma exagerada) nos ajudou a incrementar de forma avassaladora a segurança, tanto ele como Roland Ratzemberger, que merece também a nossa lembrança.

O piloto Austríaco foi dono de uma carreira completamente “subida a pulso”, onde o seu principal sonho era estar na F1, e cumpriu-o, durante três corridas, nessa última teve um desfecho igual ao de Senna, o desaparecimento, na curva que está mais à frente da Tamburello, a Villeneuve, nome dado devido a um acidente que o também malogrado piloto Canadense teve nessa curva…

Foi apenas chegado ao Hotel, em Bolonha que senti o peso de tudo o que vi, aquela tarde de Agosto foi muito forte emocionalmente, para alguém, que como eu respira Formula 1. Um sentimento de adrenalina, que fez com que tudo passasse num ‘flash‘ e que me fez não conseguir absorver tudo o que vi nesse dia.”

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!